Os níveis de stress e ansiedade em Portugal têm vindo a aumentar significativamente nos últimos tempos, com estudos a indicarem que, atualmente, um em cada três portugueses sofre destas condições. Esta realidade não é exclusiva ao nosso país, uma vez que se estima que 23% da população nos países desenvolvidos enfrente algum tipo de perturbação de ansiedade.
A ansiedade pode ser compreendida como uma resposta natural ao perigo ou às tensões do quotidiano. Trata-se de uma sensação de medo face a uma ameaça ou de preocupação perante uma situação futura que receamos ser negativa. No entanto, quando a ansiedade se torna exagerada ou prolongada, persistindo mesmo após o evento que a originou, pode indicar um problema mais grave.
"Falamos em perturbações de ansiedade quando existe um medo grave, desproporcionado, que dura há pelo menos 6 meses e que tem um impacto negativo no dia-a-dia, interferindo com a capacidade de funcionamento normal do indivíduo”, explica Ana Peixinho, psiquiatra e diretora clínica do Hospital Lusíadas Monsanto.
Como lidar com uma crise de ansiedade?
Para quem sofre de uma perturbação de ansiedade, enfrentar uma crise pode ser bastante desafiante, sobretudo em lugares que não se consideram seguros. Assim, é essencial que a pessoa adote estratégias para superar esses momentos. Algumas das técnicas recomendadas incluem:
- - Recordar que o episódio vai passar;
- - Controlar a respiração, através de inspirações e expirações profundas;
- - Encontrar um ambiente calmo e seguro;
- - Direcionar o foco para algo concreto, como imaginar um espaço seguro ou ouvir música;
- - Utilizar o método 5,4,3,2,1, que envolve observar cinco objetos, identificar quatro sons, tocar em três superfícies, reconhecer dois cheiros e identificar um sabor;
- - Repetir frases de conforto, como "isto vai passar";
- - Fazer uma caminhada ou outro exercício ligeiro;
- - Pensar num local ou momento feliz.
Como apoiar alguém durante uma crise de ansiedade?
Quando uma pessoa está a passar por uma crise de ansiedade, pode ser difícil para quem a acompanha saber como agir. No entanto, há diversas formas de prestar apoio, como se pode ler no site do Hospital dos Lusíadas:
- - Manter a calma e permanecer ao lado da pessoa;
- - Levar a pessoa para um local tranquilo;
- - Perguntar-lhe de que precisa e falar de forma calma e simples;
- - Ajudá-la a concentrar-se, repetindo uma frase tranquilizadora ou orientando-a para um movimento específico;
- - Ajudá-la a regular a respiração;
- - Utilizar frases como “isto vai passar”, “estou aqui” ou “diz-me o que precisas”.
Além do apoio imediato durante uma crise, é importante considerar estratégias de longo prazo para apoiar a pessoa afetada, tais como fazer terapia.