A PSP alertou recentemente para o aumento das burlas envolvendo falsos acidentes, em que é pedido às vítimas para pagarem por danos pelos quais não são responsáveis, tendo as autoridades recebido desde o início do ano mais de 100 denúncias.
Em comunicado, a PSP explicou que nestes casos os burlões abordam a vítima quando está a efetuar alguma manobra – na maior parte das vezes marcha-atrás -, sobretudo em estacionamentos de grandes superfícies comerciais, afirmam que embateu na sua viatura e pedem compensação imediata em dinheiro pelos danos, usando manipulação e intimidando.
As denúncias deste tipo de casos têm aumentado e no primeiro trimestre deste ano já foram recebidas 111, “o que corresponder a cerca de 58% do total das ocorrências registadas em todo o ano de 2024” (190).
A PSP explica que as vítimas, normalmente pessoas idosas, vulneráveis quer pela idade, doença ou fragilidade económica, acabam por ser coagidas a entregar quantias monetárias com o recurso à intimidação e/ou ameaça física.
A abordagem às vítimas pode ocorrer de imediato, quando a vítima está parada dentro da viatura, ou quando já iniciou a marcha, sendo nestes casos seguida pelo suspeito numa outra viatura e levando a vítima, através de sinais de luminosos, sonoros ou apenas por gestos, a parar para perceber o que se passa.
Como os burlões encenam o falso acidente
O burlão pode, por exemplo, alegar que ficou com dores após atropelamento ou que os óculos, o telemóvel ou outro objeto ficaram danificados. Depois de “encenar” o acidente, essa pessoa pressiona logo a vítima a pagar pelos supostos estragos — seja por danos físicos ou materiais. Diz que não é preciso chamar a polícia nem participar ao seguro, para “resolver tudo rapidamente”.
Em alguns casos, o burlão até mostra um terminal de pagamento (TPA) e pede que se pague no momento, com cartão.
Para tornar a história mais credível, muitas vezes aponta para um objeto partido ou riscado — algo que já estava danificado antes do alegado acidente, mas a vítima não sabe disso.
Quando a alegada situação envolve carros, o burlão simula ainda uma chamada em alta-voz para uma “oficina” ou “empresa de telecomunicações”. Finge estar a pedir um orçamento e diz à vítima quanto é que tem de pagar.
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