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Risco de cancro: afinal, devemos ou não afastar-nos do microondas em funcionamento?

Saiba o que diz a ciência sobre o risco de cancro provocado pelo uso de microondas

Andreia Vital
16 set, 14:07

O microondas é um eletrodoméstico comum nas cozinhas de todo o mundo, amplamente utilizado pela sua conveniência e rapidez. No entanto, desde a sua invenção, surgiram preocupações sobre os possíveis riscos para a saúde associados ao seu uso, incluindo o risco de cancro.

A questão central que preocupa muitas pessoas é se devemos ou não afastar-nos de um microondas enquanto este está em funcionamento, por causa da radiação que emite. O site Cancer Factfinder, um projeto da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, esclarece esta dúvida com base em estudos científicos.

Para entender melhor esta questão, é importante esclarecer o funcionamento de um microondas. Este aparelho utiliza radiação eletromagnética na faixa das microondas para aquecer os alimentos. As microondas causam a vibração das moléculas de água, resultando no aquecimento rápido dos alimentos, pode ler-se no site.

Embora o termo "radiação" possa assustar, é crucial distinguir entre os tipos de radiação. O microondas emite radiação não ionizante, o que significa que não tem energia suficiente para ionizar átomos ou moléculas, ou seja, não pode remover eletrões dos átomos e, assim, não danifica diretamente o DNA, que é o principal mecanismo pelo qual a radiação pode causar cancro, esclarece o mesmo site.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quando utilizados corretamente e em boas condições de funcionamento, os fornos microondas são seguros. Estes aparelhos são rigorosamente regulados para garantir que a radiação é contida dentro do aparelho, através de blindagem e de mecanismos de segurança, como o desligamento automático quando a porta é aberta. A radiação que eventualmente poderia escapar durante o uso é extremamente reduzida e insuficiente para representar um risco para a saúde .

O medo de que a exposição à radiação de microondas possa causar cancro parece estar enraizado em equívocos comuns sobre radiação. Radiações ionizantes, como as emitidas por raios-X, têm potencial carcinogénico, mas as radiações não ionizantes, como as emitidas pelos microondas, não causam danos.

Na verdade, o único risco real com o uso de microondas está relacionado com o aquecimento inadequado dos alimentos, o que pode resultar na proliferação de bactérias e causar intoxicações alimentares.

Em relação à proximidade do aparelho durante o seu funcionamento, a OMS afirma que não há evidências de que estar perto de um microondas em funcionamento, que esteja em boas condições e com a porta devidamente selada, cause qualquer dano à saúde. Os microondas modernos são desenhados para minimizar a fuga de radiação, e qualquer radiação que escape é drasticamente inferior aos níveis perigosos, pode ler-se ainda no site de ‘fact checking’ sobre cancro.

Por outro lado, se o aparelho estiver danificado, particularmente se a porta ou a vedação estiverem comprometidas, é possível que ocorra um pequeno vazamento de radiação. Neste caso, deve-se evitar o uso do microondas até que seja reparado ou substituído .

Estas informações estão baseadas no estudo “Radiação de radiofrequência” da American Cancer Society e no artigo científico “Os microondas causam cancro?”, publicado na Scientific American.

 

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