Prazos no trabalho, atividades extracurriculares com os miúdos, consultas, estar com amigos, ir ao ginásio, ir às compras… o dia a dia é corrido e parece que andamos constantemente a correr para garantir que todos os afazeres na lista estão a ser cumpridos. O problema é quando não importa quão bem organizada esta a ‘to do list’, nada parece ficar feito.
Já deu por si bloqueado, sem conseguir fazer as coisas que tem de fazer? A passar horas a ver uma série ou a mexer no telemóvel, sabendo que tem uma lista interminável de coisas que precisam da sua atenção? Se a resposta é ‘sim’, então pode sofrer de congelamento funcional, explica a terapeuta Niro Feliciano, num artigo do site Today.
O congelamento funcional é um termo usado nas redes sociais para descrever um estado emocional, físico e mental em que falta motivação para fazer até as tarefas mais simples.
Atenção que o congelamento funcional não se trata de um diagnóstico oficial e apesar de partilhar o nome, não é igual ao fenómeno que ocorre quando o nosso sistema nervoso congela quando esta diante uma situação de vida ou de morte.
Quais são os sinais de que pode estar a passar por um congelamento funcional
1. Sente-se sem motivação para fazer até as tarefas mais simples;
2. Sente-se constantemente ansioso – ainda que seja apenas ligeiramente – e ao mesmo tempo exausto;
3. Tem dificuldade em terminar tarefas, deixando-as muitas vezes a meio;
4. Em casos mais extremos, sente-se desconectado das pessoas mais próximas, quer seja família ou amigos, e evita interações sociais.
De acordo com a terapeuta, o congelamento funcional pode ser provocado por burnout, stress ou falta de propósito. Além disso, a pessoa pode sentir-se desconectada da sua vida, mesmo que tenha sucesso no trabalho e boas relações com as pessoas à sua volta.
Dicas para travar o congelamento funcional
É possível travar o congelamento funcional antes que este se torne um verdadeiro problema na nossa vida. Quando começar a sentir que cumprir as tarefas que tem programadas para o dia parece impossível e que está apenas a procrastinar, siga estas seis dicas de Niro Feliciano para voltar a sentir-se capaz de fazer todas as tarefas.
Conecte-se com a natureza
Vários estudos mostram que passar tempo no meio da natureza tem um impacto muito positivo na nossa saúde mental, diminuindo os níveis de ansiedade e aumentando a concentração. Por isso, quando sentir que pode estar a sofrer de congelamento funcional, vá dar um passeio ao pé do mar ou de um rio, visite um parque ou simplesmente apanhe um bocadinho de sol no seu quintal, se o tiver.
Faça exercício físico
Marque uma aula de yoga, vá até ao ginásio ou simplesmente vá caminhar com um amigo ou familiar. O exercício físico aumenta as endorfinas, melhorando o humor e a energia. Além disso, depois de acabarmos a atividade, é normal ter uma sensação de dever cumprido.
Ria
A sabedoria popular diz que “rir é o melhor remédio” e a ciência parece concordar. Quando nos rimos, o nosso corpo liberta endorfinas que acabam por “combater” as hormonas de stress. O riso também relaxa e alivia o stress, já que estimula o sistema nervoso parassimpático.
Use a técnica Pomodoro
Se está a passar por uma fase de congelamento funcional, não adianta obrigar-se a ficar sentado numa secretária a tentar fazer coisas um dia inteiro. A técnica Pomodoro poderá ser a sua melhor amiga nestas fases. Coloque um timer para 20 minutos e tente fazer o máximo possível nesse tempo. Quando o alarme tocar, pare cinco minutos. Repita este ciclo mais três vezes e depois faça uma pausa maior.
De acordo com a terapeuta, este método ajuda a que o cérebro se foque.
Respire
Parece uma dica irrelevante, mas confie… a respiração pode ajudar e muito a acalmar o stress, isto, claro, quando bem feita. Uma respiração pausada relaxa e diminui as hormonas do stress no nosso organismo.
Experimente a técnica 4-7-8. Comece por inspirar por quatro segundos, retendo o ar durante sete segundos. Por fim, expire por oito segundos. Repita o processo durante pelo menos um minuto e até cinco minutos.
Procure um profissional
Se sente que nada funciona, que está a perder cada vez mais a alegria de viver, que é cada vez mais difícil fazer tarefas, então talvez não seja má ideia procurar a ajuda de um profissional. Ele poderá ajudar a perceber qual é o problema e até identificar um problema de saúde mental.