Josef Fritzl, o austríaco de 90 anos conhecido como um dos criminosos mais repugnates da história recente, viu o seu pedido de liberdade condicional a ser negado pela justiça austríaca.
O homem manteve a própria filha, Elisabeth, trancada num quarto da casa onde viviam durante 24 anos, desde que esta tinha 18 anos. Durante este período de horror, violou-a sistematicamente e teve sete filhos com ela, num dos casos mais perturbadores de abuso e incesto alguma vez registados.
Dos sete filhos nascidos deste pesadelo, três foram mantidos presos juntamente com Elisabeth, privados de luz solar e de uma vida normal. Os outros três foram colocados em famílias de acolhimento por Fritzl e pela sua esposa, que alegadamente desconhecia os abusos e acreditava que a filha tinha entrado num culto religioso. Tragicamente, um dos bebés faleceu pouco depois de nascer.
O caso só veio a público em 2008, quando Elisabeth e um dos filhos necessitaram de cuidados médicos urgentes, levando as autoridades a descobrir a verdade escondida no quarto da residência.
Em 2009, Fritzl foi condenado a prisão perpétua por múltiplos crimes: incesto, violação, coação, detenção ilegal, escravatura e homicídio negligente pela morte do bebé. Passou 15 anos numa unidade prisional para criminosos com perturbações mentais, tendo sido transferido para uma prisão normal em 2024.
Esta transferência permitiu-lhe solicitar liberdade condicional, pedido que foi apresentado pelo seu advogado em agosto último. A advogada de Fritzl, Astrid Wagner, argumentou que o seu cliente sofre de demência progressiva e deveria ser transferido para um centro especializado em demência, "um local mais adequado do que a prisão".
Sgeundo avança o site People, o Tribunal Regional de Krems rejeitou o pedido. A decisão baseou-se no facto de Fritzl ainda manifestar agressividade em relação à sua família devido aos seus delírios, concluindo que o risco que representa não pode ser descartado. A advogada Wagner anunciou que irá contestar esta decisão, considerando a fundamentação "falha".
Josef Fritzl permanece, assim, detido, enquanto a memória dos seus crimes continua a representar um dos capítulos mais sombrios da criminalidade europeia.