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Onde estão as melhores oportunidades de emprego nos próximos 50 anos?

A prestação de cuidados comunitários, as indústrias e infraestruturas regenerativas e a segurança holística serão os setores económicos com maior potencial de criação de emprego nas próximas cinco décadas

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22 set, 07:59
Reunião de trabalho Foto: Jason Goodman, Unsplash
Reunião de trabalho Foto: Jason Goodman, Unsplash
reunião, emprego

Perante as transformações que o mundo do trabalho atravessa, a Boston Consulting Group (BCG) pôs mãos à obra e analisou as tendências que se perspetivam para as próximas cinco décadas, que, segundo o “The Next 50 Years of Work”, serão marcadas pelo aumento das oportunidades de emprego, apesar do crescente domínio da tecnologia e da persistência dos desafios climáticos.

O estudo refere que a reconstrução das economias, e consequentemente do mercado laboral, será uma realidade, prevendo que o futuro pode sustentar modelos económicos promissores. Assim, neste contexto, a pesquisa da BCG destaca os três setores com maior potencial de criação de emprego. A saber:

  1. Prestação de cuidados à comunidade. As atividades nesta área têm mais potencial de criação de emprego entre os setores emergentes. As ligações humanas tornar-se-ão prioritárias na criação de valor nas economias e irão incluir os cuidados tradicionais a idosos, crianças e jovens e grupos sociais carenciados, aliados a novas abordagens, como a gestão coletiva da saúde comunitária e a valorização da saúde mental.
  2. Indústrias e infraestruturas regenerativas. As áreas mais promissoras para abordagens regenerativas incluem indústrias e infraestruturas urbanas, construídas com materiais reutilizados e assentes em soluções baseadas na natureza. Ao estar centrado na sustentabilidade, este setor tem grande potencial de escalabilidade e criação de emprego nas próximas décadas.
  3. Segurança holística. Com a evolução tecnológica e a instabilidade geopolítica, o leque de ameaças à segurança das organizações está em constante mudança, enfrentando, por exemplo, desafios climáticos e ameaças cibernéticas. Assim, a segurança holística, baseada numa estratégia coesa de antecipação e mitigação de um conjunto alargado de possíveis riscos, tornar-se-á uma das principais indústrias criadoras de postos de trabalho.

A par destes, o estudo da BCG aborda ainda outros setores promissores para a economia e para o emprego, como são os casos da agricultura, pescas e silvicultura regenerativas. Assentes em formas de produção e materiais que respeitem a natureza, exigem maior cuidado e, consequentemente, mais mão-de-obra do que as práticas tradicionais.

Depois, juntam-se-lhes a partilha localizada de conhecimentos, objetivos e práticas, que é um modelo que reúne diferentes organizações para trabalhar conjuntamente em prol da criação de valor dentro das suas comunidades locais, exigindo a introdução de novos postos de trabalho, nomeadamente em centros comunitários de investigação e desenvolvimento complementares. Acresce ainda a junção da produção e do consumo, assente na produção local de bens, por parte dos consumidores, para utilizar e vender à comunidade, respondendo às necessidades comunitárias através de sistemas de produção de menor escala.

Finalmente, a área do entretenimento e arte participativos deverá expandir-se com a crescente valorização comunitária de setores que combinam aprendizagem, cuidados e arte. Muitas formas de entretenimento, por exemplo os desportos eletrónicos, evoluirão no metaverso, proporcionando novas oportunidades de trabalho à medida que a tecnologia progride.

Ainda de acordo com a investigação da BCG, indivíduos irão aperfeiçoar algumas habilidades que já possuem e desenvolver outras mais orientadas para o futuro, sendo as competências biónicas e a criatividade as mais relevantes nos próximos cinquenta anos.

Já a criatividade humana será cada vez mais necessária para as pessoas resolverem problemas de forma disruptiva, com base na curiosidade e na imaginação. Para complementar estas aptidões, os profissionais devem também cultivar a adaptabilidade e as competências interpessoais, apostando no reforço da inteligência emocional e no trabalho em equipa.

Um outro fator que influenciará a evolução do mercado laboral assenta nas políticas públicas que devem ser implementadas, como o investimento governamental em educação, através de subsídios e benefícios fiscais. Esta aposta deve ser feita desde os primeiros anos escolares, mas também na formação contínua de talento orientado para os setores emergentes e competências digitais, especificamente para o domínio da IA generativa. Os executivos devem ainda apostar na consciencialização sobre os desafios e oportunidades do mercado laboral, através de campanhas educativas e mediáticas, proporcionando aos cidadãos mais informação e preparação para lidar com eles.

Este artigo foi escrito no âmbito da colaboração com o Link to Leaders

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