Há uma planta que pode revelar-se extremamente útil para os mais velhos. No entanto, também pode beneficiar os mais jovens em alturas de maior esforço mental, como na preparação para exames.
Um estudo recente indica que o alecrim, erva muito usada na gastronomia portuguesa, pode trazer benefícios significativos ao cérebro e contribuir para o tratamento de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer.
Na revisão de literatura intitulada "Efeitos terapêuticos do alecrim (Rosmarinus officinalis L.) e dos seus componentes ativos em distúrbios do sistema nervoso", publicada no Iranian Journal of Basic Medical Science, conclui-se que os componentes do alecrim apresentam propriedades medicinais promissoras para tratar várias patologias do sistema nervoso, como ansiedade, depressão, Alzheimer, epilepsia e Parkinson. Apesar de o papel do alecrim variar de acordo com a doença, os resultados dos estudos sugerem um impacto benéfico.
Os autores do artigo explicam que a disfunção neuronal associada ao envelhecimento, como acontece no Alzheimer, é maioritariamente causada pelo desgaste oxidativo provocado por radicais livres. Contudo, com o avanço da idade ou em presença de doenças degenerativas, a capacidade do corpo de combater estes radicais com antioxidantes naturais reduz-se drasticamente.
Por este motivo, os investigadores destacam que “extratos vegetais com ingredientes antioxidantes podem ser uma importante ajuda” e enfatizam as propriedades neuroprotetoras do alecrim.
O artigo científico menciona ainda descobertas de vários estudos, incluindo um de 2016 que analisou, ao longo de 90 dias, os efeitos do extrato de alecrim na memória e aprendizagem de cobaias, com resultados bastante positivos. Outras investigações realizadas na última década revelaram informações interessantes:
- A inalação de óleo de alecrim por 144 voluntários saudáveis mostrou ter efeitos no humor e no desempenho cognitivo.
- O aroma do óleo de alecrim ajudou alunos a melhorar o desempenho em exames, reduzindo os níveis de cortisol e aumentando a atividade de eliminação de radicais livres.
- O consumo de alecrim em pó (750 mg), uma dose semelhante à usada em práticas culinárias, demonstrou acelerar a recuperação de informações da memória episódica.
Os cientistas, contudo, alertam para os riscos de um uso prolongado ou de doses elevadas de produtos à base de alecrim, uma vez que ainda não há dados suficientes sobre a toxicidade desta planta.