A utilização de arnês para passear gatos está a tornar-se uma moda entre vários donos, no entanto, especialistas alertam que esta prática pode ser altamente prejudicial para os animais.
Segundo o site Independent, foi realizado um estudo recente na Cats Protection, onde concluiu que quase um em cada seis donos de gatos já utiliza arnês, uma subida face aos 10% registados no ano anterior. No entanto, a associação alerta que esta tendência pode gerar níveis elevados de stress e medo nos felinos, ao limitar a sua resposta natural de fuga.
“Levar o gato a passear com arnês e trela não é recomendado. É muito provável que seja uma experiência stressante e assustadora para o animal. Mais importante ainda, o arnês impede a resposta de fuga e a sensação de estar preso pode aumentar significativamente o stress”, explicou uma porta-voz da organização.
O inquérito, que envolveu mais de 10 mil participantes no Reino Unido, revela ainda uma mudança no perfil dos donos: o tradicional “gato rafeiro da senhora mais velha” está a dar lugar a jovens adultos, urbanos e com maior poder de compra. Atualmente, 31% das pessoas entre os 18 e os 34 anos têm um gato, enquanto a taxa de posse desceu nos escalões etários mais velhos.
Outra tendência em crescimento é a preferência por gatos de raça. Pela primeira vez, mais de metade dos animais adquiridos no último ano (51%) são de pedigree. Também se verifica uma maior inclinação para comprar gatos em vez de adotar, incluindo raças com problemas de saúde conhecidos.
A Cats Protection considera preocupante esta mudança de hábitos, sublinhando que a aquisição de gatos se está a tornar um “luxo”, associado a grupos socioeconómicos mais elevados e com menor ligação à adoção.
Para além do uso de arnês, os especialistas alertam para a substituição de microchips por colares GPS, populares entre donos mais jovens. Apesar de úteis, estes dispositivos podem ser desconfortáveis para o animal e facilmente retirados em caso de roubo, não garantindo a segurança do animal da mesma forma que o microchip.