O caso chocou os Estados Unidos e a notícia correu mundo. A 4 de janeiro, as autoridades de Enoch City, no Utah, encontraram uma família inteira morta em casa: cinco crianças e três adultos. Mais tarde, a investigação viria a concluir que Michael Haight, de 42 anos, matou a mulher, Tausha, os cinco filhos com idades entre os quatro e os 17 anos, e a sogra, Gail Earl, tendo cometido suicídio de seguida.
Agora, depois de este caso extremo de violência doméstica ter chocado toda a comunidade local, o obituário de Michael veio gerar uma onda de indignação. Como conta a revista People, a denúncia foi feita por Shannon Watts, fundadora da Moms Demand Action, uma associação que luta por medidas de segurança pública para proteger os cidadãos da violência com recurso a armas de fogo.
O obituário, que entretanto deixou de estar acessível online mas que foi tornado público através de capturas de ecrã feitas pela ativista, menciona feitos e realizações do homicida como o “tempo de qualidade com cada um dos filhos” ou as “memórias em família” que criou, sem nunca referir os homicídios.
Obituary for the Utah man who fatally shot his five children, mother-in-law and estranged wife: “Michael made it a point to spend quality time with each and every one of his children. Michael enjoyed making memories with the family.” https://t.co/p412A5qZSC
— Shannon Watts (@shannonrwatts) January 14, 2023
No texto da Southern Utah Mortuary é referido que Michael e Tausha casaram em 2003 e “receberam” cinco crianças, sublinhando que "cada uma dessas crianças foi um verdadeiro milagre muito querido para ambos".
O mesmo obituário destaca ainda que o homicida "viveu uma vida de serviço", com trabalho regular na igreja e nas atividades escolares dos filhos, treinando as suas “equipas desportivas, participando em festas escolares”, "fazendo trabalhos de bricolage” e muito mais.
O obituário aborda ainda a juventude de Michael, os seus estudos e a carreira numa seguradora. "Recentemente, vendeu a sua empresa para ganhar mais flexibilidade, para passar mais tempo com sua família", pode ainda ler-se.
Como recorda o site da revista People, duas semanas antes da tragédia, Tausha pediu o divórcio, mas o autarca de Enoch, Geoffrey Chesnut, já veio dizer que é muito cedo para os investigadores determinarem que tenha sido esta a motivação do crime.