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Ana e Daniel são irmãos, mas apaixonaram-se e tiveram dois filhos. Agora, lutam pelo direito ao casamento

Esta é uma história de filme, que tem tanto de romântica quanto de polémica, já que divide muitas opiniões

IOL
3 mai 2023, 14:38

A espanhola Ana Parra tinha 20 anos quando soube que o pai, que a abandonara em bebé, teria tido um outro filho. Acabou por conseguir descobri-lo no Facebook e ambos deram início a uma amizade. Mas, mesmo sabendo serem meios-irmãos, não conseguiram conter a paixão que se foi desenvolvendo ao longo dos meses.

"A minha mãe disse-me que o meu pai nos tinha deixado para formar outra família e que tinha outro filho", recorda Ana em entrevista ao jornal ‘EL ESPAÑOL’. Daniel Parra, por sua vez, morava só com o pai, que se tinha separado da mãe quando ele tinha apenas oito anos. “Nunca quis procurá-la. Talvez se fosse filho único teria tido essa necessidade de procurar a minha irmã perdida”, explicou o jovem ao mesmo jornal. Daniel tem mais três irmãos, da parte do pai e da mãe.

O rapaz tinha 17 anos quando se encontrou pela primeira vez com Ana, na época com 20. Nunca mais se separaram. Os primeiros encontros foram constrangedores, mas rapidamente se deram bem e tentaram manter uma amizade. Ana foi morar sozinha para perto da casa de Daniel e isso fez com que ele passasse mais tempo em casa da meia-irmã. “Tentávamos manter aquela relação fraternal, que os padrões estabelecem, mas não a sentíamos assim... Aquele sentimento fraterno não existia. Conheci uma rapariga que me disse que era minha irmã e que tinha os mesmos gostos que eu e que me divertia muito com ela, mas não conseguia considerá-la irmã”, explica Daniel.

Ambos lutaram contra o sentimento, mas numa festa acabaram por beijar-se, com a culpa a abater-se sobre eles. “Cada um seguiu o seu caminho, ficámos um pouco envergonhados com o que tinha acabado de acontecer”, conta Daniel ao jornal espanhol. Mas não conseguiram estar mais de três dias afastados. 

Os amigos que acompanharam o processo normalizaram a situação e apoiaram o casal. Mas, fora do círculo íntimo não foi bem assim. Da igreja aos vizinhos, passando pelas redes sociais, foram alvo de muitas críticas e até insultos.

Hoje, Ana e Daniel têm dois filhos, de cinco e três anos. Preocupados com a consanguinidade, recordam que os médicos disseram que o risco de os filhos nascerem com algum tipo de problema seria apenas 4% mais elevado do que num casal que não partilha ADN.

A luta dos dois jovens passa agora por poderem casar. Atualmente, o Código Civil de Espanha proíbe o casamento entre familiares diretos, embora o incesto não seja considerado crime desde 1978. Uma petição pretende agora mudar esta lei. 

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