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O “Relatório de Tendências e Ciberameaças – 1º semestre de 2025”, elaborado pela NTT DATA, aponta para uma intensificação sem precedentes na evolução das ameaças cibernéticas. A crescente sofisticação dos grupos de ransomware, o uso ofensivo de inteligência artificial e a padronização dos acessos iniciais a sistemas empresariais estão a transformar o panorama da cibersegurança mundial.
O documento revela que o atual contexto global é caracterizado pela convergência de múltiplos fatores de risco — instabilidade geopolítica, alterações climáticas extremas e ataques cibernéticos — que se interligam e amplificam mutuamente os seus impactos. Este cenário coloca uma pressão acrescida sobre as infraestruturas críticas, que se tornaram o principal alvo das operações criminosas digitais.
De acordo com o relatório, as interrupções operacionais são hoje o principal impacto negativo sentido pelas organizações, seguidas do aumento dos investimentos em deteção e resposta a incidentes e do pagamento de resgates em ataques de ransomware. Este ambiente tem contribuído diretamente para a escalada do custo global do cibercrime, que atingiu os 10,5 biliões de dólares anuais em 2025, segundo estimativas da Cybersecurity Ventures, podendo chegar aos 15 biliões até ao final do ano se a tendência se mantiver.
A utilização de inteligência artificial está a alterar o modus operandi das campanhas de ataque. A tecnologia tem sido explorada para desenvolver campanhas de engenharia social mais convincentes, criar identidades falsas e gerar deepfakes e desinformação com objetivos eleitorais ou económicos. A automação de ataques e a criação acelerada de scripts maliciosos reduzem as barreiras à entrada para agentes com pouca experiência técnica, alargando o espetro de ameaças.
O relatório observa ainda uma redução de 8% na variabilidade de impacto entre setores, o que demonstra que todos os segmentos empresariais estão expostos. A administração pública continua a ser o setor mais visado, seguida da educação, das finanças e dos serviços de tecnologias de informação.
O relatório identifica também um nível de profissionalização sem precedentes entre os grupos criminosos digitais
Entre as novas ferramentas utilizadas por agentes maliciosos destacam-se o FraudGPT e o WormGPT, que automatizam campanhas de spear phishing, e os sistemas de clonagem de voz e vídeo, que conseguem contornar mecanismos tradicionais de verificação de identidade. O modelo malware-as-a-service também se fortalece, com milhões de credenciais comprometidas diariamente.
Este artigo foi escrito no âmbito da colaboração com o Link to Leaders.