Quando surgiram, os micro-ondas eram muitas vezes vistos com desconfiança e havia quem se recusasse a usá-los. Hoje, estão em praticamente todas as casas e até empregos e são utilizados diariamente, sendo muito convenientes e rápidos para aquecer comida e até cozinhar algumas coisas.
Apesar de já não se olhar tanto para o micro-ondas como um bicho de sete cabeças, ainda há questões que se levantam na sua utilização. Mais do que isso, analisa-se o impacto que pode ter em determinados materiais, como é o caso do plástico.
Todos os dias estamos expostos a substâncias tóxicas, mesmo sem termos noção disso, como refere Miguel Motas, professor de toxicologia na Universidade de Múrcia, em Espanha, em entrevista ao El País. Recentemente saíram vários estudos que alertam para a realidades das toxinas e para o facto de estarmos em contacto com mais de 14 mil substâncias que aparecem em embalagens e alimentos. Destas, cerca de 3600 chegam ao nosso sangue, ao leite materno e ao cabelo.
Isto gerou a questão: serão as embalagens alimentares realmente seguras? De acordo com o toxicólogo, são, sim, mas precisam de ser ainda mais, já que muitas podem trazer substâncias que são desreguladores endócrinos – definidos como químicos que podem interferir no sistema hormonal pela Agência Europeia de Químicos.
Mas o que é que o especialista refere relativamente a pôr plásticos no micro-ondas? Salientando eu prefere substituir o material sempre que possível, salienta que o plástico está a inundar não só o ambiente como o nosso organismo. “E nunca colocaria um recipiente de plástico com comida no micro-ondas, porque cada vez temos mais evidências de substâncias que antes não conseguíamos medir e que estão a ser passadas para os alimentos”, refere em entrevista ao El País.
O especialista salienta que o plástico não é inerte e cada vez passa mais substâncias novas que mexem com as nossas hormonas.
Os alimentos por vezes também têm químicos prejudiciais, alerta Miguel Motas, referindo que os produtos importados nem sempre cumprem a legislação e é difícil conseguir controlar. A comida europeia já cumpre os requisitos, especialmente a biológica, mas é mais cara.