As misses dos países que integram a competição Miss Universo 2023 têm vivido dias de sonho em El Salvador. Entre elas está Marina Machete, a modelo que vai representar Portugal na competição. Entre preparações, sessões de fotografia e ensaios, a Miss Portugal tem vivido dias de sonho e repletos de atividades, como yoga, jantares e fogo de artifício na praia.
Aquela que é a primeira mulher trans a representar Portugal na competição recebeu ainda o apoio de fãs de El Salvador. “Esta bandeira foi-me oferecida por duas fãs de El Salvador que vieram até ao hotel ver e apoiar-me. Não só me lembrou da presença, carinho e apoio da minha comunidade, mas o quão importante é a representação, especialmente em espaços como este e que agradecida estou por esta oportunidade”, escreveu na sua conta de Instagram. “Coincidência, que neste dia vesti a cor da igualdade, roxo que também é a minha cor favorita”, referiu ainda a modelo.
A 72.ª edição da competição Miss Universo vai ter transmissões em direto no site Live Bash com a seguinte programação:
• Competição Preliminar Miss Universo – 16 de novembro, 2h (hora de Lisboa)
• Miss Universo Traje Tradicional - 17 de novembro, 2h (hora de Lisboa)
• Final da competição Miss Universo - 19 de novembro, 2h (hora de Lisboa)
Recorde-se que Marina Machete tem 28 anos e é hospedeira de bordo. Por ser a primeira mulher transgénero a ser distinguida com o título de Miss Portugal, acabou a ser notícia e tema de conversa nas redes sociais, dividindo opiniões.
Natural de Palmela e, como conta na primeira pessoa no vídeo de apresentação da competição, a modelo gosta de “fazer as pessoas rir” e de estar rodeada por quem a faz “feliz”. Gosta de passar tempo na natureza e adora animais por serem aqueles que sempre mostraram o mesmo amor em qualquer das etapas da sua vida.
Marina é hospedeira de bordo há cinco anos, o que lhe trouxe a possibilidade de “abrir horizontes”, mas também de observar como as diferentes culturas lidam com pessoas trans. “Como mulher trans, enfrentei muitos obstáculos no meu caminho. Mas, felizmente e em especial com a minha família, o amor provou ser mais forte do que a ignorância”, diz, sublinhando o nível de transfobia e preconceito que têm vindo a aumentar no mundo, fazendo soar os alarmes a nível global.
A jovem, que diz ter sofrido bullying na escola e que trabalhou sempre para defender os seus direitos, elogia a organização da Miss Universo por ser “inclusiva” e ter o poder de “quebrar barreiras.”