O peixe tem um papel fundamental na dieta mediterrânica, sendo amplamente reconhecido como uma das principais fontes de nutrientes essenciais e de comprovados benefícios para a saúde. Em Portugal, país de forte tradição piscatória, o consumo regular de peixe é fortemente recomendado por especialistas, sobretudo pela sua contribuição para a saúde cardiovascular e para o desenvolvimento cognitivo.
Contudo, nem todas as espécies de peixe apresentam o mesmo perfil nutricional. Algumas podem conter níveis elevados de mercúrio, um metal pesado que representa riscos para a saúde — especialmente para grupos vulneráveis, como grávidas, mulheres a amamentar e crianças pequenas. Esta advertência é destacada num documento do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), elaborado a partir de uma investigação conjunta com entidades como a ASAE, o IPMA e a Universidade do Porto, que resultou em recomendações oficiais sobre o consumo de pescado.
Na galeria acima, encontre um guia com as espécies mais seguras e saudáveis, bem como aquelas que devem ser consumidas com moderação ou mesmo evitadas.
Benefícios do consumo de pescado
O peixe e outros produtos do mar são ricos em proteínas de alto valor biológico, ácidos gordos ómega-3 (EPA e DHA), vitaminas D, B1 e B12, e minerais como selénio, fósforo e iodo. Estes nutrientes são essenciais para:
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Proteger o sistema cardiovascular;
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Reduzir o risco de mortalidade associada a doenças coronárias;
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Promover o neurodesenvolvimento do feto durante a gravidez.
Contudo, para tirar o máximo partido dos benefícios do peixe, é importante fazer escolhas conscientes, privilegiando espécies com baixo teor de mercúrio. Estas são ideais para um consumo frequente — incluindo por grávidas, mulheres a amamentar e crianças — e, além disso, são excelentes fontes de ómega-3, que contribuem para uma melhor função cognitiva e uma saúde cardíaca mais robusta.
Por outro lado, as espécies com maior teor de mercúrio devem ser evitadas ou consumidas apenas ocasionalmente, sobretudo pelos grupos mais sensíveis. Estes peixes, por estarem no topo da cadeia alimentar, acumulam mercúrio ao longo do tempo, podendo representar riscos sérios para o sistema neurológico.
Recomendações de consumo
De acordo com as orientações do grupo de trabalho coordenado pelo INSA:
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População em geral: até 7 refeições de peixe por semana, variando entre diferentes espécies;
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Grupos vulneráveis (grávidas, mulheres a amamentar e crianças até aos 10 anos): entre 3 a 4 refeições por semana, privilegiando espécies com baixo ou médio teor de mercúrio.
Escolher bem o tipo de peixe e diversificar o consumo são passos essenciais para garantir que o pescado continua a ser um aliado da saúde, e não um risco.