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Que cuidados ter ao fazer um crédito para o regresso às aulas?

Saiba o que ter em conta antes de fazer um crédito pessoal para pagar as despesas do regresso às aulas.

Doutor Finanças
4 set, 10:56
Regresso às aulas
Regresso às aulas
Foto: Matt Ragland, Unsplash

O regresso às aulas é um momento marcado sempre por despesas difíceis de evitar. Se há quem consiga acomodá-las no seu orçamento, também há quem precise de recorrer ao crédito para fazer face a estes gastos.

No entanto, deve ter em conta que todos os créditos têm um custo e que terá de pagar juros, impostos e comissões. Assim, para ajudar a tomar uma decisão ponderada e consciente, partilhamos alguns cuidados que deve ter.

Precisa mesmo do crédito?

Qualquer crédito tem impacto no orçamento familiar. Por isso, analise bem se precisa mesmo desse financiamento. Se a quantia de que precisa para comprar material não for muito elevada, talvez consiga direcionar uma parte de uma poupança para fazer face a essas despesas ou até fazer alguns cortes em gastos não essenciais.

Desta forma, evita ter de adicionar uma nova prestação de crédito ao seu orçamento mensal.

Tenha atenção à taxa de esforço

A taxa de esforço representa o peso das prestações de crédito no rendimento líquido de um agregado familiar. De acordo com as recomendações do Banco de Portugal, os bancos devem evitar conceder crédito quando o novo financiamento significa que a taxa de esforço vai ficar acima dos 50%.

Assim, analise bem esta variável, não só por questões de aprovação, mas também como forma de garantir que consegue fazer face a todas as outras despesas.

Se precisar mesmo, prefira o crédito ao cartão

Se perceber que tem mesmo de recorrer ao financiamento bancário para conseguir pagar as despesas do regresso às aulas, prefira o crédito pessoal ao cartão de crédito. Isto porque a taxa anual de encargos efetiva global (TAEG) máxima é mais alta nos cartões de crédito.

Para ter uma ideia, estas são as TAEG máximas definidas pelo Banco de Portugal para o terceiro trimestre de 2024:

  • Crédito pessoal com finalidade Educação, Saúde, Energias Renováveis e Locação Financeira de Equipamentos: 9,2%
  • Outros créditos pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades): 15,8%
  • Cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto: 19,2%

Informe-se sobre todas as condições e custos

Antes de avançar, informe-se sobre todas as condições e custos do crédito que quer fazer. O crédito ao consumo tem um financiamento mínimo de 200 euros e máximo de 75 mil euros. No entanto, alguns bancos só deixam fazer créditos a partir de mil euros (e algumas instituições têm até valores mínimos superiores).

Tenha também atenção ao prazo de pagamento e lembre-se de que, quanto mais tempo demorar a pagar, mais juros vai ter de suportar. Tudo isto são fatores a considerar, além das comissões e impostos que estão associados.

Compare várias propostas

Não aceite a primeira proposta que receber. A única forma de saber que está a tomar a melhor decisão é comparar várias opções. Mas atenção, não se foque apenas no valor da prestação.

Para escolher a proposta mais barata, deve olhar para a TAEG e para o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor). Pode encontrar ambas as informações na Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE).

Tenha cuidado com as burlas

Quando estiver à procura de financiamento, pode encontrar propostas muito tentadoras, que prometem um crédito pessoal fácil de aprovar e com taxas muito baixas. Ainda assim, confirme sempre se a entidade que o promove é legítima.

Para ter a certeza de que a instituição que lhe vai conceder o crédito está autorizada a exercer este tipo de atividade, confirme se consta da lista de entidades aprovadas pelo Banco de Portugal.

Como evitar recorrer ao crédito pessoal no regresso às aulas?

Por fim, deixamos algumas dicas para evitar o recurso ao crédito pessoal neste período de regresso às aulas:

  • Faça um orçamento;
  • Reaproveite material;
  • Compare preços e aproveite promoções;
  • Não compre tudo de uma só vez;
  • Aproveite os manuais escolares gratuitos;
  • Confirme se existem programas de apoio à compra de material.
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