Já todos ouvimos dizer que o café pode ser prejudicial se consumido em excesso. Mas a verdade é que, quando bebido com moderação, não só não faz mal como pode ser um grande aliado para a nossa saúde, sobretudo para proteger o fígado.
De acordo com o site Medical News Today, um novo estudo publicado na revista científica Biochemical Pharmacology veio reforçar aquilo que há muito era sugerido: beber café de forma regular pode ser um poderoso aliado na saúde do fígado. A investigação, que reuniu décadas de dados epidemiológicos, clínicos e experimentais, confirma que a bebida atua em pelo menos cinco frentes essenciais: efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios, antifibróticos, regulação do metabolismo e equilíbrio do microbioma intestinal.
De acordo com os investigadores, o consumo moderado de café não só ajuda a prevenir doenças hepáticas como também pode atrasar a sua progressão para quadros mais graves, como fibrose, cirrose ou carcinoma hepatocelular.
A revisão analisou a relação entre café e várias patologias do fígado. No caso da hepatite C, por exemplo, verificou-se que quem consome café diariamente apresenta uma progressão mais lenta da doença e menor risco de cancro hepático. Já na doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica, a mais comum em todo o mundo, o consumo regular foi associado a uma redução de 29% no risco de desenvolvimento. Também na doença alcoólica do fígado foram identificados benefícios: pessoas que bebem café registam níveis mais baixos de enzimas que indicam lesão hepática.
Os especialistas apontam compostos como o ácido clorogénico e os polifenóis como protagonistas destes efeitos, graças às suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Ainda assim, sublinham a importância da moderação: a dose recomendada situa-se nas 3 a 4 chávenas por dia, correspondentes a cerca de 400 miligramas de cafeína. Acima das 5 chávenas, os efeitos podem ser prejudiciais, com aumento do colesterol LDL e risco de dislipidemia.
Para além do fígado, o café poderá ainda desempenhar um papel positivo na saúde cardiovascular, desde que consumido sem excessos e ajustado à condição clínica de cada pessoa.