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Trabalhadores da saúde têm problemas de segurança no trabalho 

O mais recente relatório da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA) é categórico: os trabalhadores do setor da saúde e da assistência social confrontam-se com problemas generalizados de saúde e de segurança no trabalho.

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15 nov, 08:39
Médico Foto: Tung Nguyen/Pixabay
Médico Foto: Tung Nguyen/Pixabay

Os trabalhadores dos setores da saúde e da assistência social da União Europeia apresentam uma das taxas mais elevadas em termos de riscos para a saúde relacionados com o trabalho. A conclusão é da recente investigação da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA, na sigla em inglês).

"O relatório insere-se no âmbito de um projeto de investigação em matéria de saúde e segurança no trabalho (SST) num setor fundamental que enfrenta inúmeros desafios: o da saúde e da assistência social. O relatório disponibiliza informações baseadas em dados concretos e estatísticas sobre a situação do setor, procurando esclarecer os riscos em matéria de SST e as consequências em termos de saúde e segurança dos trabalhadores, bem como melhorar as condições em que estes trabalham", explica a EU-OSHA, referindo que "o setor dos cuidados de saúde desempenha um papel significativo na sociedade europeia, em termos de saúde e bem-estar globais, bem como para a economia em geral".

De acordo com as estatísticas do Eurostat LFS, cerca de 21,5 milhões de pessoas estavam empregadas no setor dos cuidados de saúde em 2022. A maioria destes trabalhadores trabalha no subsetor dos cuidados de saúde, com cerca de 12,5 milhões de trabalhadores.

Segundo o relatório agora divulgado, quase metade dos 21,5 milhões de trabalhadores deste setor referiram que enfrentam riscos negativos em matéria de segurança e saúde no trabalho (SST) no que se refere a: cuidados de saúde (52 %), cuidados ao domicílio (47 %) e trabalho social (37 %).

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Os principais os riscos são os associados às doenças músculo-esqueléticas e aos riscos psicossociais. "A exposição a riscos para as funções osteomusculares é, por si só, um fator de risco de stress; as lesões musculares podem contribuir para o stress e a sobrecarga mental e vice-versa. Esta interação é particularmente relevante para o setor dos cuidados de saúde, dada a elevada prevalência de riscos de saúde mental e psicossocial", lê-se no documento.

Os riscos para as funções musculoesqueléticas no setor dos cuidados de saúde incluem levantar doentes, empurrar equipamento pesado e outros objetos, trabalhar em posições incómodas, realizar movimentos repetitivos e trabalhos que impliquem estar de pé ou sentado durante muito tempo. Ao longo dos últimos anos, o setor registou um aumento significativo no número de estabelecimentos que referem como risco os movimentos repetitivos das mãos ou dos braços, bem como a elevação ou deslocação de pessoas ou cargas pesadas.

Já os fatores de risco psicossocial englobam uma série de desafios, incluindo incidentes de violência e assédio, exposição a eventos traumáticos, cargas de trabalho pesadas, prestação de cuidados a indivíduos em fim de vida, necessidade de multitarefas, trabalho por turnos, trabalho solitário, esgotamento, casos de mobbing (também designado como violência psicológica ou assédio moral no ambiente de trabalho) ou bullying e falta de controlo sobre o trabalho.

Em comparação com outros setores, os trabalhadores dos cuidados de saúde relatam uma maior exposição a lidar com clientes, pacientes e alunos difíceis, que podem afetar negativamente o seu bem-estar mental.

A saúde e segurança no trabalho em números no setor da saúde e da assistência social

Outro dado do relatório prende-se com o número de acidentes mortais no setor que aumentou ligeiramente no período entre 2011 e 2019, enquanto o número total de acidentes mortais no total da economia diminuiu neste período. Os casos de COVID-19 ocupacional em 2020 foram notificados como acidentes de trabalho ou casos de doença profissional, o que explica o aumento dos acidentes mortais, bem como o aumento significativo do número de acidentes mortais no subsetor dos cuidados de saúde. A maior parte dos acidentes notificados no setor dos cuidados de saúde tem um impacto relativamente baixo, com cerca de 50% dos acidentes a provocarem menos de 1 dia de baixa e cerca de 80% a provocarem menos de 2 semanas de baixa.

O estudo indica que, para melhorar a saúde e a segurança dos trabalhadores, "é necessária uma combinação de esforços das partes interessadas de diferentes domínios políticos".

Além disso, refere, que é importante resolver a escassez de pessoal, os problemas de financiamento existentes (assegurando um financiamento suficiente dos sistemas de cuidados de saúde e de cuidados prolongados), melhorar as condições de emprego, a proteção da mão de obra contra fatores como a violência de terceiros, gerir uma mão de obra envelhecidas e adotar estratégias que priorizem a retenção de talento.

Este artigo foi escrito no âmbito da colaboração com o Link to Leaders

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