A trajetória profissional e a marca pessoal de cada um dificilmente escapa às mudanças e à evolução que sociedade atravessa, a começar pelo impacto tecnológico no quotidiano. Aliás, a tecnologia tem vindo a redefinir os padrões de trabalho e as interações humanas e, por isso, é fundamental estar atento às mudanças que influenciarão a nossa marca pessoal, bem como a nossa própria trajetória profissional.
Neste sentido, a Adecco Portugal partilha algumas das tendências que deve ter em conta na criação de um plano de sucesso profissional.
1. A autoconsciência como plataforma de lançamento
A verdadeira marca pessoal tem as suas raízes na autenticidade. Dado o ritmo a que a tecnologia está a moldar o mundo do trabalho e o aparecimento de ambientes de trabalho híbridos, torna-se essencial conhecermo-nos a nós próprios. Assim, os líderes terão de aproveitar a autoconsciência para se conectarem de forma eficaz com as equipas e navegarem na intersecção entre humanos e tecnologia. A autoconsciência tornar-se-á um atributo fundamental para dominar muitas das competências mais importantes para uma liderança autêntica e bem-sucedida em 2024.
2. Hiperpersonalização
A personalização da experiência do colaborador continuará a crescer. Desde preferências de trabalho (remoto, híbrido, no escritório) até aos benefícios personalizados, a transição de uma abordagem “centrada nas pessoas” para uma “centrada na pessoa” definirá o futuro do local de trabalho.
Isto significa dar mais voz aos colaboradores sobre quando, como e onde trabalhar, bem como sobre os elementos não monetários da compensação. Cada vez é mais comum as empresas oferecerem subsídios de formação aos seus talentos.
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3. Valorização do sentimento de pertença
A inclusão do “pertencer” no DEIB (Diversity, Equity, Inclusion and Belonging) confirma a sua importância. As pessoas precisam de se sentir impulsionadas, valorizadas e celebradas pelo que são e pelo que contribuem no trabalho. Neste contexto, os líderes devem promover uma cultura de pertença, onde todos sintam conexão e apreço. Isto é especialmente importante num ambiente de trabalho híbrido, onde a integração e coesão da equipa são mais difíceis de construir.
4. Prioridade no digital
Num mundo pós-pandémico que se está a adaptar às normas do digital, é fundamental criar primeiras impressões digitais impactantes. A ideia de Jeff Bezos de que a marca pessoal é o que as pessoas dizem de nós quando não estamos na sala continua a ser verdadeira e mesmo quando estamos fisicamente presentes, a nossa marca é o que as pessoas aprenderam sobre nós antes de chegarmos. Desta forma, mais do que nunca, as primeiras impressões digitais terão um grande impacto no sucesso pessoal. Portanto, gerir proativamente a nossa presença online, como por exemplo, no LinkedIn, será ainda mais importante.
5. Vídeo como conteúdo preferencial
O vídeo continua a ser um meio incomparável para a marca pessoal. Por exemplo, a Forrester Research estima que um minuto de vídeo vale 1,8 milhões de palavras. A normalização da comunicação por vídeo significa um aumento no conteúdo deste formato para uma liderança inovadora e para a comunicação com os colegas e equipa. Criar uma biografia em vídeo é também cada vez mais comum, associada ao enorme crescimento da realização de entrevistas em vídeo (em direto ou gravadas).
6. O papel expansivo da Inteligência Artificial (IA)
Com a adoção generalizada de ferramentas de Inteligência Artificial, a sua influência na marca pessoal é inegável e coloca-nos no caminho para o sucesso profissional. Em apenas um ano, o ChatGPT cresceu para mais de 100 milhões de utilizadores ativos semanais e continuará a ser uma parte importante da vida profissional em 2024. A IA colabora em todas as etapas da marca pessoal, desde a autodescoberta até à criação de conteúdo e liderança intelectual, marcando a sua presença como um recurso inestimável. Ter a capacidade para se tornar um especialista em IA pode ser uma mais-valia para impulsionar a sua carreira, alcançar o sucesso profissional e obter ainda o atributo de “inovador” da sua marca pessoal.
7. Multiemprego, a nova tendência
O multiemprego representa a tendência crescente de gerir vários empregos em simultâneo em vez de depender de uma única fonte de rendimento. Neste sentido, está a surgir uma nova fase que tem sido conhecida como a “carreira de portefólio”, um conceito introduzido por Marci Alboher no seu livro “One Person, Multiple Careers”. Atualmente, 46% dos trabalhadores nos Estados Unidos praticam multiemprego, ou seja, têm um segundo emprego ou um trabalho adicional, e 36% estão a considerar começar um, de acordo com um estudo da Owl Labs.
Alguns procuram aumentar os seus rendimentos, enquanto outros procuram uma maior realização profissional. A verdade é que as horas que antes eram dedicadas a deslocações agora estão a ser redirecionadas para diversos projetos. Contrariamente ao que algumas empresas podem supor, o multiemprego pode ser vantajoso e perspetiva-se que o número de profissionais que adotam este modelo aumente em 2024.
Este artigo foi escrito no âmbito da colaboração com o Link to Leaders