A pintora Teresa Magalhães, de 79 anos, morreu na quinta-feira à tarde no Hospital de São José, em Lisboa, vítima de pneumonia, disse à agência Lusa fonte da família.
A artista, nascida em Lisboa a 11 de março de 1944, que deixa uma vasta obra marcada pela pintura inicialmente figurativa e depois abstracionista, foi agraciada pela Presidência da República com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique em 2004.
Licenciada em pintura pela Escola Superior de Belas-Artes, em 1970, expôs pela primeira vez em Coimbra, em 1966, e foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, de 1976 a 1979.
Teresa Magalhães fez parte, em 1976, do grupo 5 + 1, integrado também pelo escultor Virgílio Domingues e pelos pintores João Hogan, Júlio Pereira, Guilherme Parente e Sérgio Pombo.
Em 1990 foi comissária da Exposição "Pintoras Portuguesas do Século XX", no Leal Senado de Macau, e, em 1996, foi convidada a realizar dois painéis de azulejos na estação de Martin Place do City Rail de Sydney, na Austrália.
Entre as várias distinções ao longo do percurso artístico, recebeu o Prémio Malhoa (1977), o Prémio Edição na III Exposição Nacional de Gravura (1981) e o Prémio Aquisição da I Bienal de Arte AIP (1984).
Realizou exposições individuais em Portugal, nomeadamente em Lisboa, Porto, Coimbra, e, no estrangeiro, em Nova Iorque, Tóquio, Viena, Barcelona e Sidney, entre outras.
Em Portugal, a sua obra integrou mostras coletivas como a “Homenagem a Bosch” (1974), no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, do Grupo ”5+1” (1976), na Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), "Artistas Portuguesas” (1977), na SNBA e no Museu de Évora, “ARUS” (1983), no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, “100 Anos 100 Artistas” (2001), na SNBA, entre outras.
“Um numeroso grupo de exposições coletivas e individuais, em Portugal e no Estrangeiro, contaram sempre as Histórias que vivi e inventei, e foram o testemunho mais profundo das minhas emoções”, escreveu Teresa Magalhães em 2020, num texto autobiográfico, em que recorda a infância, os estudos académicos, e percorre toda a sua vida artística.
Sobre essas exposições, Teresa Magalhães relatou: "Contaram sempre as Histórias que vivi e inventei, e foram o testemunho mais profundo das minhas emoções".
Em 2018, na exposição “Pós-Pop. Fora do lugar comum Desvios da Pop em Portugal e Inglaterra”, na Gulbenkian, apresentou a quase totalidade das suas pinturas figurativas, realizadas antes de ter feito a primeira exposição individual na Galeria São Francisco, em 1974.
No ano passado, Teresa Magalhães foi uma das artistas integrantes do grupo original que participaram na reinterpretação do “Painel do Mercado do Povo” - mural pintado em 10 de junho de 1974 na Galeria de Arte Moderna, em Belém - e que foi recriado nos Jardins do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) em Lisboa, por 48 artistas.