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Estudos e carreira não protegem mulheres da desigualdade salarial

As mulheres ganham menos 16% do que os homens e as diferenças são ainda mais expressivas quando se comparam os anos de antiguidade e o grau de ensino.

Doutor Finanças
12 mar, 09:00

As mulheres continuam a ganhar menos do que os homens em Portugal e nem mesmo a escolaridade ou antiguidade em matéria de carreira conseguem protegê-las da discriminação face aos homens no local de trabalho.

Em média, as mulheres ganham em média menos 235 euros por mês, ou seja, menos 16% face os homens, revela o Barómetro sobre desigualdade salarial do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho, publicado no  ano passado, mas que abrange dados até 2022. 

Mas a desigualdade não fica por aqui, sendo mais expressiva quando denominada em horas de trabalho. Segundo os dados da edição de 2023 do mesmo Barómetro, a diferença salarial entre homens e mulheres equivale a 48 dias de trabalho pago aos homens, mas não remunerados às mulheres. 

E nem mesmo a escolaridade consegue proteger as mulheres da discriminação salarial. A diferença na hora de ganhar um salário é mais expressiva quando a comparação é feita entre homens e mulheres que tenham concluído o ensino superior (541,7 euros). À medida que as qualificações descem, a diferença de ordenados é também mais esbatida.

Já as mulheres que terminaram o ensino secundário arrecadam, em média, no final do mês menos 188,5 euros que os homens, um fosso salarial que cai para 137,4 euros, no caso de os trabalhadores terem terminado o ensino básico.

Dos bancos das escolas e faculdades para os escritórios e fábricas, há outro fator que poderia proteger as mulheres, mas também não o faz: a antiguidade em termos de carreira.

Poder-se-ia pensar que a partir de um par de anos, a presença e esforço de ambos os sexos no mesmo local de trabalho acabasse por esbater esta diferença, no entanto não só esta desigualdade é esbatida, como o cenário é inverso. A partir dos 10 anos de carreira, a diferença salarial entre homens e mulheres sobe para os três dígitos.

Entre os 10 e 14 anos esta diferença é de 106,36 euros, subindo para os 107,66 euros entre os 15 e 19 anos, valor que escala para os 128,22 euros, quando se trata de carreiras superiores a 20 anos. 

Ainda em termos de carreira, os homens continuam a ser uma presença mais assídua nos cargos de gestão do que as mulheres. Um estudo da multinacional Odgers Berndtson Board Solutions, citada pelo jornal online Eco, revela que há mais mulheres nos conselhos de administração das 30 maiores empresas em Portugal, incluindo as cotadas da bolsa de Lisboa, mas 83% estão em cargos não executivos. Ao todo, 34% dos administradores destas companhias são do sexo feminino, no entanto, esta percentagem fica muito aquém do exemplo dos pares europeus, onde a representação feminina ronda a fasquia dos 40%.

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