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O “The Gen Z workplace blueprint: future focused, fast moving“, o mais recente relatório da Randstad, destaca a forma como a Geração Z está a construir as suas carreiras, combinando empregos, aprimorando suas capacidades com IA e exigindo crescimento. Mas as conclusões desta nova pesquisa global – com 11.250 trabalhadores em 15 mercados, e com base na análise de mais de 126 milhões de vagas de emprego no mundo todo -, revela também que a permanência média da Geração Z nos primeiros cinco anos de carreira é de apenas 1,1 ano, significativamente menor do que a da Geração Y (1,8), Geração X (2,8) e Baby Boomers (2,9).
Mais, descobriu que isso não é uma questão de mudança de emprego, mas sim de procura por crescimento profissional. Ou seja, mudança acontece por causa da sua ambição e da perceção de falta de caminhos dentro das funções que estão a desempenhar na altura. Assim, o relatório constata que 1 em cada 3 trabalhadores da Geração Z planeia mudar de emprego em 2026.
Perante estas constatações, Sander van ‘t Noordende, CEO da Randstad, frisa que “a Geração Z está a entrar no mercado de trabalho no meio à transformação, não apenas respondendo à mudança, mas impulsionando-a. Eles são ambiciosos, adaptáveis e procuram crescimento. Os empregadores que desejam mantê-los precisam repensar como planeiam as carreiras iniciais e construir confiança através de propósito e progressão”.
De acordo com o relatório, a alta mobilidade da Geração Z não representa um risco de fuga, mas um reflexo da ambição não realizada, já que 41% da Geração Z relata que considera sempre objetivos de longo prazo ao tomar decisões de emprego. Além da remuneração, os talentos da Geração Z afirmam que a falta de progressão na carreira é o principal motivador para a mudança.
Outra das constatações é que a Geração Z está a adotar a inteligência artificial (IA) para construir a sua carreira. Mas embora a maioria a use para aprimorar as suas skills, 46% afirmam preocupar-se com o impacto da tecnologia nos seus empregos.
O relatório mostra que, entre os talentos da Geração Z, 55% usam IA para resolver problemas no trabalho (em comparação com 54% da geração Y, 42% da geração X e 33% dos baby boomers); 50% usam ferramentas de IA na busca por emprego, muito à frente da Geração X (37%) e dos Baby Boomers (29%); e que 75% usam IA para aprender novas habilidades, à frente da geração Y (71%), da geração X (56%) e 49% dos baby boomers.
Por outro lado, os homens são mais propensos do que mulheres a receber formação em IA (46% vs. 38%), e os trabalhadores de colarinho branco relatam exposição muito maior do que aqueles em funções operacionais.
A Geração Z apresenta uma elevada taxa de rotatividade, no entanto os dados mostram que são uma geração de alto desempenho, com valores fortes e desejo de progredir.
Setores como TI, saúde e serviços financeiros já registam maior retenção onde as funções se alinham com os objetivos de longo prazo da Geração Z. Esses setores indicam que, quando os empregadores oferecem planos de carreira visíveis, funções com propósito e qualificação relevante, a Geração Z está pronta para se comprometer.
Este artigo foi escrito no âmbito da colaboração com o Link to Leaders