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Grávida de 7 meses foi atraída por anúncio falso, arrancaram-lhe a bebé e ela ficou à beira da morte. Hoje, partilha a sua história

Grávida de sete meses, esta mulher foi enganada por um anúncio falso de roupa pré-natal em segunda mão. Acabou entre a vida e a morte e sem a filha Aurora

IOL
23 out, 11:09

Era para ser apenas uma ida rápida para buscar roupas de bebé em segunda mão. Mas o encontro marcado através de um anúncio online acabou por se transformar num dos crimes mais chocantes da última década nos Estados Unidos.

A 18 de março de 2015, Ellie Wilkins, com 26 anos e grávida de sete meses, foi até à casa de uma mulher que dizia estar a vender roupa para grávida. Quando chegou, foi recebida por Dynel Lane, uma mulher de 34 anos que fingia também estar à espera de bebé.

O que Ellie não sabia é que Lane tinha preparado uma emboscada. Momentos depois de entrar na casa, foi atacada violentamente. A agressora deixou-a inconsciente, cortou-lhe a barriga e retirou-lhe o bebé do útero numa tentativa de roubar-lhe a criança. Ellie perdeu mais de 40% de sangue e ficou entre a vida e a morte. A sua bebé Aurora perdeu a vida imediatamente.

Quando recuperou a consciência, sozinha e gravemente ferida, percebeu o que tinha acontecido. “Consegui sentir que algo não estava bem...e pensei: ou fico aqui e morro, ou levanto-me e sobrevivo”, recorda agora, em entrevista à revista People. Com um esforço sobre-humano, conseguiu chegar ao telemóvel e ligar para o número de emergência.

Mais tarde, descobriu-se que Dynel Lane tinha fingido estar grávida durante meses, enganando familiares e amigos. No dia do ataque, levou a bebé sem vida para o hospital e afirmou ter sofrido um aborto espontâneo em casa, tentando fazer crer que era sua filha.

Contudo, os médicos rapidamente notaram que Lane não apresentava sinais de parto recente, e, pouco depois, as autoridades confirmaram a verdade: Aurora era a bebé de Ellie.

Lane foi condenada a 100 anos de prisão pelos crimes de tentativa de homicídio, agressão e interrupção ilegal de gravidez.

Apesar de tudo, Ellie sobreviveu. Passou dias nos cuidados intensivos e meses em recuperação física e psicológica. Sofreu de stress pós-traumático e teve de reaprender a confiar no mundo. “Não quero partilhar uma história de trauma, quero partilhar uma história de cura”, disse agora, dez anos depois do ataque, à mesma revista norte-americana. 

Hoje, aos 37 anos, Ellie vive em Boulder, no Colorado. Está novamente apaixonada, pensa em ser mãe e dedica-se a ajudar equipas de emergência e pessoas em processo de recuperação emocional. Mantém na sua casa uma fotografia da filha e um pequeno coração de vidro com as cinzas de Aurora, símbolos de uma dor transformada em força.

À revista People, Elli confessou: “Sinto-me grata pela vida que tenho e por tudo o que aprendi desde então (...) a minha história é dura, mas também é uma prova de que é possível sobreviver e voltar a amar.”

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