Paloma Shemirani, de 23 anos, morreu em julho de 2024 após ter recusado quimioterapia para tratar um linfoma não-Hodgkin, uma forma de cancro com elevada taxa de sobrevivência. A história foi revelada numa investigação da BBC e partilhada pela revista People. Segundo os irmãos, a decisão terá sido influenciada pela mãe, Kate Shemirani, ex-enfermeira e figura pública do movimento anti-vacinas no Reino Unido.
Os irmãos Gabriel e Sebastian acusam a mãe de ter convencido Paloma a seguir uma terapia alternativa conhecida como “terapia Gerson”, que consiste em sumos naturais, suplementos e enemas de café — métodos não reconhecidos pela comunidade médica. “A minha irmã morreu como consequência direta das ações e crenças da minha mãe”, afirmou Sebastian à BBC. Paloma, que tinha mantido contacto com a mãe após o divórcio dos pais, terá tentado agradar-lhe: “Ela só queria o amor que nunca lhe foi dado”, disse o irmão.
Kate supervisionou os cuidados da filha até esta sofrer uma paragem cardíaca, em julho, sendo colocada em suporte vital. Paloma acabou por falecer dias depois. Após a morte, Kate fez várias publicações nas redes sociais, onde afirmou: “A medicina é uma mentira e o que antes chamávamos de cuidados de saúde agora é um serviço de homicídio”. Numa outra mensagem, referiu que a morte da filha era “um grande caso de homicídio involuntário”.
Está marcada uma investigação judicial para apurar as circunstâncias da morte de Paloma. A mãe, que já foi expulsa da Ordem dos Enfermeiros no Reino Unido, rejeita qualquer responsabilidade e garante que mostrará provas: “O silêncio tem uma razão. Os documentos não mentem. Quando estivermos prontos, vamos mostrar ao mundo”, escreveu Kate na rede social X.