A ministra dos Negócios Estrangeiros australiana questionou o principal diplomata chinês sobre as últimas medidas adotadas em Hong Kong no âmbito da segurança nacional, afirmando hoje ser essencial falar de forma franca "para defender os direitos humanos".
Penny Wong deu ainda a entender que a muito aguardada viagem do primeiro-ministro australiano a Pequim poderá ser adiada até que os diferendos comerciais entre os dois países estejam resolvidos.
Na noite de quinta-feira, Wong falou durante quase uma hora com o chefe da política externa chinesa, Wang Yi, à margem da cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), na capital da Indonésia, Jacarta.
A ministra afirmou ter manifestado a Wang "profundas preocupações" relativamente às ações do Governo de Hong Kong, que recentemente ofereceu recompensas por informações que levassem à detenção de oito ativistas pró-democracia de Hong Kong a viver estrangeiro, incluindo duas pessoas a residir na Austrália.
Penny Wong disse também ter questionado Wang Yi sobre a jornalista Cheng Lei e o escritor Yang Hengjun, dois cidadãos australianos detidos na China em circunstâncias consideradas obscuras.
As relações entre Camberra e Pequim têm vindo a melhorar após vários anos de tensão.
A China levantou proibições de importação de certos produtos, como o carvão e a madeira, mantendo ainda em vigor pesadas tarifas aduaneiras sobre a cevada australiana.
O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, foi convidado a visitar a China este ano. A acontecer, será o primeiro líder australiano a fazê-lo desde 2016.
Questionada sobre a data da viagem, Wong disse que a Austrália iria esperar por "circunstâncias mais positivas", resposta que foi analisada como sendo uma referência à disputa sobre o comércio de cevada.
