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Subida da inflação e aumento dos juros. Como evitar o stress financeiro?

Com a subida da inflação e aumento dos juros, cada vez mais pessoas ficam angustiadas com o pagamento das suas despesas e com a gestão do orçamento familiar.

Doutor Finanças
18 jul 2023, 08:19
Dívidas Foto Pexels
Dívidas Foto Pexels

Com a subida da inflação e aumento dos juros, cada vez mais pessoas ficam angustiadas com o pagamento das suas despesas e com a gestão do orçamento familiar. Se este é o seu caso, saiba que provavelmente está a sofrer de ansiedade financeira. Esta condição, porém, pode ser aliviada ou até mesmo eliminada com a implementação de algumas estratégias.

Crie um orçamento familiar que contemple uma meta de poupança

Um orçamento familiar permite-lhe saber quanto dinheiro ganha, mas principalmente quanto dinheiro precisa para pagar as suas contas e até alcançar uma meta de poupança. Para tal, precisa de fazer um levantamento de todos os seus rendimentos e despesas.

Depois de estes valores estarem identificados, então é hora de começar a ver as melhores soluções para gerir o seu dinheiro. Um ponto importante é que o seu orçamento deve permitir canalizar 10% a 20% dos seus rendimentos para uma meta de poupança. Caso consiga este objetivo, está a dar um passo para evitar o stress financeiro que sente.

Os seus rendimentos não chegam ao final do mês? Corte no que não é essencial

Caso já tenho um orçamento familiar, lembre-se que este deve ser atualizado. Com a subida da inflação, a maioria das suas despesas deve ter aumentado. Por isso, só mantendo o seu orçamento atualizado pode tomar decisões conscientes e gerir melhor o seu dinheiro ao longo do ano.

Se, nesta fase, está a viver um período onde o seu dinheiro não chega até ao final do mês, precisa de fazer cortes em gastos não essenciais. Aqui podem entrar despesas em refeições fora de casa, deslocações de carro quando podia ir de transportes públicos, entre outras. Além disso, nesta altura, também deve aproveitar para olhar para o tipo de compras que faz e contratos e subscrições que não são essenciais no seu dia a dia.

Com estes cortes, pode melhor substancialmente a sua vida financeira, criando uma estratégia para o dinheiro que sobra após pagar os seus encargos essenciais. Por exemplo, para aumentar a sua estabilidade, é fundamental a criação de um fundo de emergência que deve cobrir as suas despesas essenciais por um período de 3 a 12 meses, no mínimo. Desta forma, se tiver uma quebra de rendimentos conseguirá gerir essa situação sem a necessidade de recorrer a qualquer tipo de financiamento.

Para reduzir o stress financeiro a longo prazo a palavra-chave é renegociar

É natural que, enquanto consumidor, possua vários contratos, sejam estes de crédito, apólices de seguros, contratos de telecomunicações, eletricidade, gás natural, entre outros.

Dado que os mercados são cada vez mais competitivos, caso esteja a pagar um preço elevado, deve começar a preparar-se para renegociar os seus contratos ou até mudá-los para outra entidade.

Se cada alteração der origem a uma pequena poupança, o conjunto das renegociações terá um impacto na sua vida financeira a longo prazo. Logo, com o tempo, o seu stress financeiro vai reduzir substancialmente, na medida em que garantirá uma folga financeira mensal.

Por exemplo, se tem um crédito habitação, pode sempre tentar renegociar o seu contrato com o banco. Dado que já existem entidades a aplicar spreads mínimos de 0,5%, pode tentar baixar o seu spread e, com isso, a sua prestação mensal.

Mas se o seu banco não estiver disponível a renegociar o seu contrato, pondere uma transferência de crédito habitação. Esta solução pode ser muito vantajosa para si, se conseguir reduzir o seu spread, diminuir o valor dos seguros associados ao seu crédito habitação ou até remover produtos do seu contrato.

No caso de ter dificuldades em renegociar o seu crédito habitação, analise a hipótese de recorrer a um intermediário de crédito que não cobre pelos seus serviços, mas facilite todo o processo e garanta condições mais vantajosas para si.

Outros contratos que deve analisar e renegociar

Além do seu crédito habitação, pode ainda tentar renegociar:

- As suas apólices de seguro: Veja se ainda precisa de todos os seguros que possui e se tem coberturas repetidas na sua carteira. Peça simulações a outras seguradoras para ter uma ideia das condições praticadas no mercado atualmente.

- Vários créditos ao consumo: Se tiver mais de dois créditos ao consume, informe-se sobre a possibilidade de obter um crédito consolidado e passar a pagar uma única prestação com uma taxa mais reduzida.

- Contratos de eletricidade e gás natural: Faça contas e veja se compensa mudar de fornecedor. Analise também se vale a pena continuar no mercado liberalizado ou mercado regulado.

- Telecomunicações: Caso a sua fidelização esteja a terminar, informe-se sobre os preços praticados pela concorrência.

Reflita sobre os seus comportamentos de consumo

Por vezes, o stress financeiro que sente pode estar associado aos seus hábitos de consumo. Na verdade, são muitas as pessoas que tomam decisões por impulso, não refletindo se as compras que fazem são essenciais ou qual o peso que têm no seu orçamento.

Assim, para evitar gastar dinheiro desnecessariamente, pondere antes de comprar. No dia a dia, faça uma lista de compras do que realmente é essencial adquirir. Já em compras de valor mais elevado, pense quantas horas de trabalho precisa para fazer essa compra e questione se precisa mesmo desse artigo. Caso este seja realmente necessário, mais vale criar uma estratégia de poupança para fazer essa compra do que colocar em risco o seu orçamento familiar.

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