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UNESCO recomenda uso de inteligência artificial na educação só a partir dos 13 anos

Os autores do estudo sugerem um conjunto de diretrizes e recomendações para se usar IA generativa na educação com uma abordagem "centrada no ser humano"

Link To Leaders
14 set 2023, 10:29
Telemóvel Foto: Pixabay
Telemóvel Foto: Pixabay

As escolas a nível mundial não estão preparadas para utilizar inteligência artificial generativa na educação, descobriu um dos mais recentes relatórios da UNESCO.

O novo relatório da Unesco sobre inteligência artificial generativa (GenAI) na educação recomenda aos 13 anos como idade mínima para utilização desta tecnologia. Na sequência desta constatação, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura desafia os Governos a regulamentarem o uso desta tecnologia nas salas de aula, concretamente com o estabelecimento de uma idade limite para aceder à mesma.

Outra das constatações do relatório é a de que as escolas não estão preparadas para utilizar inteligência artificial generativa na educação. Aliás, um inquérito global da UNESCO a mais de 450 escolas e universidades mostrou que menos de 10% tinham políticas institucionais e/ou orientações formais relativas à utilização de aplicações generativas de IA, em grande parte devido à ausência de regulamentações nacionais.

Os autores do estudo sugerem um conjunto de diretrizes e recomendações para se usar IA generativa na educação com uma abordagem "centrada no ser humano", aplicando os regulamentos do GDPR e fortalecendo as regras de direitos autorais. E com um limite mínimo de 13 anos de idade. A UNESCO destaca que o ChatGPT exige que os utilizadores tenham pelo menos 13 anos, apesar de estarem em discussão pelo mundo fora, a possibilidade de passar esse limite para os 16 anos. Contudo, os autores do relatório salientam que muitas das regras de proteção online para menores em vigo foram aprovadas muito antes da invenção da IA e, por isso, apelam aos decisores políticos para que repensem as restrições.

As diretrizes da UNESCO destacam que a GenAI na educação pode ter consequências no “desenvolvimento de capacidades humanas, como competências de pensamento crítico e criatividade”. Além disso, alerta para os riscos de uma maior divisão global causada pelas tecnologias com IA generativa, que é muitas vezes é centrada em dados tendenciosos para criar conteúdos.

“O surgimento de vários chatbots GenAI exige que os países considerem cuidadosamente – e deliberem publicamente – o limite de idade apropriado para conversas independentes com plataformas GenAI”, frisaram os autores do relatório da UNESCO.

Alertaram igualmente para a necessidade de haver uma maior atenção a esta matéria nos próximos anos, uma vez que a educação pode vir a ser completamente reformulada pelas tecnologias atuais e as que estão em desenvolvimento. A UNESCO também apela à cautela relativamente a uma divisão global cada vez maior, que poderá crescer ainda mais com tecnologias como a IA generativa.

Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO, salienta que “a IA generativa pode ser uma tremenda oportunidade para o desenvolvimento humano, mas também pode causar danos e preconceitos. Não pode ser integrado na educação sem o envolvimento público e as salvaguardas e regulamentações necessárias por parte dos governos. Esta Orientação da UNESCO ajudará os decisores políticos e os professores a explorar melhor o potencial da IA para o interesse principal dos alunos”.

Este artigo foi escrito no âmbito da colaboração com o Link to Leaders

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