Num período de inflação elevada e aumento generalizado dos preços é ainda mais importante controlar as suas despesas e poupar.
Para isso, é essencial saber não só o que se ganha – o seu rendimento líquido de impostos -, como saber exatamente o que se gasta. Só assim é possível aumentar o rendimento disponível, para fazer face ao crescimento dos encargos.
O primeiro passo é fazer um orçamento mensal. O objetivo é conseguir visualizar todos os gastos e, a partir daí, otimizar a forma como gere o seu dinheiro. É assim que vai conseguir as respostas de que precisa e saber quais os gastos escondidos, quais as despesas que pode cortar ou reduzir e quanto vai conseguir poupar.
Saiba exatamente quanto ganha
O salário líquido corresponde ao montante que recebe todos os meses depois de feitos os devidos descontos. Ou seja, diz respeito ao valor que lhe cai efetivamente na conta.
É essencial saber qual é o seu salário líquido para ter noção de quanto dinheiro tem disponível para gastar.
A fórmula base para apurar o salário líquido é a seguinte:
Salário líquido = salário bruto - descontos para a Segurança Social - descontos de IRS
Como ao valor bruto tem de subtrair os descontos para a Segurança Social e para o IRS, há vários fatores que vão influenciar o valor final que leva para casa. No que respeita à Segurança Social, os descontos correspondem a 11%. Já em relação aos descontos para o IRS, a percentagem da retenção na fonte vai depender do seu escalão na tabela de retenção de IRS 2023.
Pode recorrer ao Simulador de Salário Líquido do Doutor Finanças para fazer as contas.
Como fazer um orçamento mensal
A forma mais eficaz para começar a poupar é traçando uma espécie de mapa financeiro, que lhe vai mostrar onde gasta o seu dinheiro.
Pode fazê-lo no computador ou com recurso a papel e caneta. Comece primeiro por identificar os rendimentos: seja o salário ou alguma atividade extra. E tenha em conta que se algum dos rendimentos for variável, convém assinalar.
Depois, deve anotar todas as despesas: as de valor fixo (casa, carro, escola e atividades dos filhos, por exemplo) e depois as despesas fixas que variam de valor consoante os meses, como a fatura da luz e do gás ou do supermercado.
Não se esqueça também de incluir as despesas sazonais, como impostos, seguros ou o material necessário para o regresso às aulas. Da mesma forma, deve listar também as despesas pontuais - almoços e jantares fora, cafés - porque é importante ter a exata noção de onde gasta o dinheiro, para conseguir identificar onde poderá cortar se quiser começar ou aumentar a sua poupança.
Todos os cêntimos contam. E se há despesas que parecem não pesar muito no orçamento mensal, a verdade é que no final do ano a fatura pode ser elevada.
Por outro lado, existem despesas que não pode cortar, como por exemplo, a fatura da eletricidade, da água ou das telecomunicações. Nestes casos, pode mudar alguns hábitos em casa para tentar reduzir o valor da fatura mensal, bem como rever e renegociar os seus contratos.
Deve fazer este orçamento todos os meses. De preferência deve ainda incluir uma coluna dedicada aos seus objetivos de poupança. Só desta forma conseguirá perceber se está no caminho certo ou voltar lá, caso tenha derrapado nas contas.