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Esperança na luta contra a obesidade: cientistas desenvolvem cápsula vibratória que trava sensação de fome

Como é que um pequeno comprimido vibrador que se toma antes de comer pode vir a ser uma esperança para quem precisa de perder peso?

IOL
4 jan, 17:12
Cápsula MIT
Cápsula MIT

Quando comemos, o nosso estômago envia sinais ao cérebro que criam uma sensação de saciedade, o que o ajuda a perceber que chegou o momento de parar de comer.

Um estômago cheio de líquido também pode enviar essas mensagens, e é por isso que quem faz dieta é frequentemente aconselhado a beber um copo de água antes de comer, como explica um artigo publicado no site do conceituado Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

Com base nesta premissa, engenheiros do MIT e cientistas de várias entidades, desenvolveram agora uma nova forma de usarmos este funcionamento em nosso favor. Trata-se de uma cápsula que se ingere e que vibra dentro do estômago. Estas vibrações ativam os mesmos recetores que se acionam quando o estômago está distendido, criando uma sensação ilusória de saciedade.

Nos animais que receberam esta cápsula, tomada 20 minutos antes de comer, os investigadores observaram que o tratamento não só estimulou a libertação de hormonas que sinalizam saciedade, mas também reduziu a ingestão de alimentos dos animais em cerca de 40%.

Se os estudos atestarem a segurança desta tecnologia, esta pode vir a ser um tratamento minimamente invasivo para a obesidade, explicam os investigadores.

“Para quem quer perder peso ou controlar o apetite, pode ser tomado antes de cada refeição”, explica Shriya Srinivasan, professora assistente de bioengenharia na Universidade de Harvard e principal autora do estido, publicado na Science Advances. “Isto pode vir a ser realmente interessante, pois poderá fornecer uma opção com menos efeitos secundários dos observados com outros fármacos”.

A cápsula tem o tamanho de um suplemento vitamínico e inclui um elemento vibratório. Alimentada por uma pequena bateria de óxido de prata, quando chega ao estômago, os fluidos gástricos ácidos dissolvem a membrana gelatinosa que cobre a cápsula, completando o circuito eletrónico que aciona o motor vibratório.

Poderá ser esta uma alternativa viável e mais segura à cirurgia de bypass gástrico ou aos balões gástricos? Além disso, de acordo com o artigo do MIT, comercializar estas cápsulas ficará muito mais barato do que os tratamentos atuais.

Os especialistas pretendem agora avançar para estudos que permitam realizar ensaios clínicos em humanos, garantindo a segurança dos dispositivos e saber qual o melhor momento para engolir a cápsula antes da refeição e com que frequência.

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