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Porque é que as preocupações surgem quando estamos a adormecer? Saiba como defender-se

Os problemas parecem surgir e ser muito maiores na almofada. E isso tem o objetivo de nos proteger

IOL
13 abr 2023, 10:41
insonia
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Tem a sensação de que só se lembra dos seus problemas e angústias quando está a tentar adormecer? E também lhe parece que os problemas assumem uma dimensão muito maior de noite do durante o dia? Os especialistas explicam a origem deste comportamento humano.

Um estudo recente realizado no ano passado com mais de três mil adultos nos Estados Unidos, concluiu que quase um terço das pessoas permite que o stress gere mudanças nos seus hábitos de sono, muitas vezes tendo dificuldades em adormecer, como explica um artigo do The New York Times, citado pelaa Globo.

Pode parecer contraditório, mas o facto de o stress e a ansiedade dificultarem a indução do sono tem um sentido evolucionário, como explica o autor do estudo, professor de psiquiatria. “Dormir é a coisa mais perigosa que podemos fazer”, explica Rafael Pelayo ao The New York Times.

O especialista explica que quando dormimos estamos vulneráveis a quaisquer perigos e ameaças que pudéssemos encontrar na natureza. Assim, o nosso corpo está programado para nos deixar dormir apenas quando estamos absolutamente certos da nossa segurança. “Quando não conseguimos dormir devido à ansiedade podemos dar início a um círculo vicioso. A perda de sono costuma ser um precursor de distúrbios de ansiedade e a ansiedade leva à perda de sono”, explica ainda a neurocientista da Universidade de Colónia, Sarah Chellappa.

Embora a ansiedade possa surgir a qualquer momento, há alguns motivos pelos quais pode ser mais intensa na hora de dormir. A maioria das pessoas está extremamente ocupada durante o dia e o mundo à nossa volta dá-nos pouco tempo para pensar nas nossas preocupações, mas à noite há poucas distrações que desviem desses pensamentos que nos deixam ansiosos.

A sensação de falta de segurança deixa-nos alerta, aumenta o batimento cardíaco e contrai os músculos. “A um nível muito básico, sentir-se em perigo ou sob stress é a mesma coisa para o cérebro”, explica Rafael Pelayo.

Por outro lado, o sono melhora o nosso desempenho, incluindo a capacidade de distinguir entre ameaça e segurança. Logo, dormir pouco diminui a capacidade de lidar com o stress que, por sua vez, provoca ainda mais distúrbios de sono.

Os especialistas recomendam, para quebrar este ciclo, a adormecer e a acordar sempre à mesma hora e evitar olhar para ecrãs antes de dormir. Também recomendam reduzir a cafeína, que não só reduz o sono como agrava a ansiedade. Também pode ser útil escrever as suas preocupações no papel, escrevendo um diário ao fim do dia, por exemplo. Ajuda prevenir a hiperatividade que o nosso cérebro apresenta no momento de dormir.

 
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