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Mãe de Maya suicidou-se depois de a acusarem de provocar doença à filha. Menina tinha afinal uma condição neurológica e agora exige justiça

História foi transformada em documentário para a Netflix, 'Take Care of Maya', que deverá estrear em junho deste ano

IOL
7 jun 2023, 17:27
Criança Foto Oleksandr Pidvalnyi_Pexels
Criança Foto Oleksandr Pidvalnyi_Pexels

Maya Kowalski tinha nove anos quando um diagnóstico errado mudou o curso da sua vida e da sua família. Depois de uma visita ao hospital, os médicos acusaram a mãe de Maya de fazer com que a filha ficasse doente, levando a que Beata Kowalski acabasse por se suicidar. Afinal, a criança sofria de uma doença neurológica rara.

Agora com 17 anos, Maya e o pai, Jack Kowalski, vão contar a história que ensombrou a família e mudou a história dos Kowalski, num documentário da Netflix.

De acordo com a revista People, que avança a história, foi em 2015, quando Maia tinha apenas nove anos, que começou a ter crises de asma, dores de cabeça, lesões nas pernas e nos braços e cãibras nos pés. Foram vários os médicos que a viram e o diagnóstico não surgia. Um deles, pelo menos, chegou a sugerir que os sintomas seriam psicossomáticos.

A família sabia que algo não estava bem com a menina. Beata, que era enfermeira, descobriu que os sintomas de Síndrome da Dor Regional Complexa (SDRC), também conhecida por Algoneurodistrofia, correspondiam aos de Maya.

A família procurou então  ajuda especializada e o diagnóstico para a doença neurológica rara acabou por surgir. Os tratamentos começaram, mas os sintomas de Maya eram persistentes. Na altura, o médico que acompanhava a criança sugeriu o que chamou de um coma de quetamina, um tratamento em que, durante cinco dias, o sistema nervoso recebe altas doses da droga. 

Uma vez que o tratamento era experimental e ainda não tinha sido aprovado nos Estados Unidos, a família foi até ao México em novembro de 2015. Os resultados foram positivos e controlaram os sintomas de SDRC.

Menos de um ano depois, em outubro de 2016, Maya entrou nas urgências do Hospital John Hopkins, na Flórida, e foi nesse momento que o verdadeiro pesadelo começou. A mãe, Beata, implorou aos médicos que dessem uma alta dose de quetamina à filha e o pedido levantou suspeitas no hospital, que acabou por alertar a proteção de menores.

Mais tarde, uma equipa de investigação acusou Beata Kowalski de Síndrome de Munchausen, uma doença do foro psicológico em que o encarregado de educação inventa sintomas falsos ou provoca-os para fazer parecer que a criança está doente ou magoada. Os sintomas podem ser induzidos por drogas, toxinas ou objetos para simular uma doença e convencer os profissionais de saúde a fazerem um diagnóstico.

 

A menina foi retirada dos pais e deixada à custódia do estado. Durante mais de três meses, Maya não teve contacto com a família. “Um dia estava nos Cuidados Intensivos, com a minha mãe a beijar-me a testa e a dizer que me amava e que me iria ver no dia seguinte. Depois nunca mais a vi”, conta Maya à People.

Sem a filha, a saúde mental de Beata começou a deteriorar e 87 dias depois de ter ficado sem Maya, acabou por se suicidar, em janeiro de 2017, com 43 anos. Cinco dias depois, o pai, Jack, recuperava a custódia da filha.

A família avançou com um processo contra o hospital e o julgamento deverá começar em setembro de 2023, mais de seis anos após a morte de Beata. “Quero justiça para a minha mãe”, refere Maya à People.

A história agora vai chegar às televisões de todo o mundo a 19 de junho através do novo documentário da Netflix, Take Care of Maya.

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