Maya Kowalski tinha nove anos quando um diagnóstico errado mudou o curso da sua vida e da sua família. Depois de uma visita ao hospital, os médicos acusaram a mãe de Maya de fazer com que a filha ficasse doente, levando a que Beata Kowalski acabasse por se suicidar. Afinal, a criança sofria de uma doença neurológica rara.
Agora com 17 anos, Maya e o pai, Jack Kowalski, vão contar a história que ensombrou a família e mudou a história dos Kowalski, num documentário da Netflix.
De acordo com a revista People, que avança a história, foi em 2015, quando Maia tinha apenas nove anos, que começou a ter crises de asma, dores de cabeça, lesões nas pernas e nos braços e cãibras nos pés. Foram vários os médicos que a viram e o diagnóstico não surgia. Um deles, pelo menos, chegou a sugerir que os sintomas seriam psicossomáticos.
A família sabia que algo não estava bem com a menina. Beata, que era enfermeira, descobriu que os sintomas de Síndrome da Dor Regional Complexa (SDRC), também conhecida por Algoneurodistrofia, correspondiam aos de Maya.
A família procurou então ajuda especializada e o diagnóstico para a doença neurológica rara acabou por surgir. Os tratamentos começaram, mas os sintomas de Maya eram persistentes. Na altura, o médico que acompanhava a criança sugeriu o que chamou de um coma de quetamina, um tratamento em que, durante cinco dias, o sistema nervoso recebe altas doses da droga.
Uma vez que o tratamento era experimental e ainda não tinha sido aprovado nos Estados Unidos, a família foi até ao México em novembro de 2015. Os resultados foram positivos e controlaram os sintomas de SDRC.
Menos de um ano depois, em outubro de 2016, Maya entrou nas urgências do Hospital John Hopkins, na Flórida, e foi nesse momento que o verdadeiro pesadelo começou. A mãe, Beata, implorou aos médicos que dessem uma alta dose de quetamina à filha e o pedido levantou suspeitas no hospital, que acabou por alertar a proteção de menores.
Mais tarde, uma equipa de investigação acusou Beata Kowalski de Síndrome de Munchausen, uma doença do foro psicológico em que o encarregado de educação inventa sintomas falsos ou provoca-os para fazer parecer que a criança está doente ou magoada. Os sintomas podem ser induzidos por drogas, toxinas ou objetos para simular uma doença e convencer os profissionais de saúde a fazerem um diagnóstico.
A menina foi retirada dos pais e deixada à custódia do estado. Durante mais de três meses, Maya não teve contacto com a família. “Um dia estava nos Cuidados Intensivos, com a minha mãe a beijar-me a testa e a dizer que me amava e que me iria ver no dia seguinte. Depois nunca mais a vi”, conta Maya à People.
Sem a filha, a saúde mental de Beata começou a deteriorar e 87 dias depois de ter ficado sem Maya, acabou por se suicidar, em janeiro de 2017, com 43 anos. Cinco dias depois, o pai, Jack, recuperava a custódia da filha.
A família avançou com um processo contra o hospital e o julgamento deverá começar em setembro de 2023, mais de seis anos após a morte de Beata. “Quero justiça para a minha mãe”, refere Maya à People.
A história agora vai chegar às televisões de todo o mundo a 19 de junho através do novo documentário da Netflix, Take Care of Maya.
Quando a Maya, de nove anos, deu entrada no Hospital, nada a podia preparar, nem à sua família, para o que viria. Conhece a história da família Kowalski, contada em primeira mão, a 19 de junho.
— Netflix Portugal (@NetflixPT) May 19, 2023