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Esta erva aromática comum em Portugal melhora a memória e retarda a demência

Para os mais velhos, pode ser muito útil. Mas, em momentos de maior exigência cognitiva como exames académicos, os jovens podem também retirar benefício

IOL
15 dez 2023, 12:18
Ervas aromáticas
Ervas aromáticas

Foto: Pixabay

Há quem seja ávido defensor de medicamentos naturais, à base de ervas e plantas, e parece que há uma base científica para esta crença, pelo menos em alguns casos. Um artigo científico recente conclui que o alecrim, erva aromática muito comum em Portugal e utilizada na gastronomia nacional, pode ter elevados benefícios para o cérebro e até ajudar no tratamento de algumas doenças neurodegenerativas, como a Alzheimer.

Na revisão de literatura "Efeitos terapêuticos do alecrim (Rosmarinus officinalis L.) e dos seus componentes ativos em distúrbios do sistema nervoso", publicada no Iranian Journal of Basic Medical Science, conclui-se também que estes componentes têm capacidades medicinais promissoras para tratar patologias do sistema nervoso, tais como ansiedade, depressão, doença de Alzheimer, epilepsia e doença de Parkinson. Dependendo da doença, o papel do alecrim varia, mas os estudos mostram que tem um impacto positivo.

“Acredita-se que a disfunção neuronal observada em distúrbios associados ao envelhecimento, como a doença de Alzheimer, seja causada principalmente por desgaste oxidativo”, começam por contextualizar os autores do artigo. Este desgaste é causado por radicais livres, mas quando existem doenças degenerativas ou envelhecimento, a capacidade de combater estes radicais com antioxidantes endógenos fica muito reduzida.

Por isso, os “extratos vegetais com ingredientes antioxidantes podem ser uma grande ajuda”, sublinham, relevando as propriedades neuroprotetoras do alecrim.

O artigo cita, por exemplo, um estudo de 2016 que investigou os efeitos do extrato de alecrim, ao longo de 90 dias, na memória e na capacidade de aprendizagem de cobaias e que obteve resultados muito positivos. Mas, os investigadores apontam ainda outras conclusões interessantes de estudos da última década:

  • A inalação de óleo de alecrim em 144 voluntários saudáveis induziu efeitos no humor, bem como no desempenho cognitivo
  • O aroma do óleo de alecrim melhorou o desempenho de alunos num exame académico, aumentando a atividade de eliminação de radicais livres e diminuindo os níveis de cortisol
  • O alecrim em pó (750 mg), a dose mais próxima do consumo habitual na culinária, demonstrou impacto positivo na rapidez da memória, ou seja, o tempo necessário para recuperar eficazmente informações de memória episódica.

Os cientistas alertam, todavia, que deve ser evitada a administração prolongada e/ou em doses elevadas de produtos à base de alecrim e dos seus componentes, já que ainda não há investigação suficiente sobre a toxicidade desta erva aromática.

Era aromática é já um fenómeno nas redes sociais

Nos últimos tempos o alecrim tem sido apontado como a planta-maravilha. No TikTok, por exemplo, somam-se os vídeos em que se fala nos benefícios da erva aromática para o cabelo e até para a psoríase.

Ao longo dos anos, estav erva tem sido amplamente estudada, permitindo concluir que ajuda ainda no tratamento de espasmos, combate a ansiedade, tem propriedades analgésicas e anti-inflamatórias e, estimula a memória. Estes benefícios surgem em grande parte devido ao ácido rosmarínico, ao ácido carnósico e ao óleo essencial presentes no alecrim.

 

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