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Casais devem ou não juntar as suas finanças?

“Enquanto algumas fontes recomendam a fusão, outras insistem que os parceiros mantenham as suas vidas financeiras separadas. Então, o que um casal deve fazer?"

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23 jun 2023, 12:00
Casal deve ter conta conjunta Foto Pexels
Casal deve ter conta conjunta Foto Pexels

Casais que juntam as suas finanças podem ser mais felizes e permanecer juntos durante mais tempo. A revelação é de um estudo internacional que constatou que uma conta conjunta afeta positivamente a qualidade da relação.

Um novo estudo publicado no Journal of Consumer Research investiga como a fusão das finanças pessoais numa conta conjunta afeta a qualidade da relação, quer no caso dos casais noivos, quer nos recém-casados, e o resultado é surpreendente. Segundo a pesquisa, os casais que unem as suas finanças acabam por sentir um efeito protetor que, ao longo do tempo, previne a diminuição na qualidade da relação.

“Fomos motivados pelos conselhos conflituosos que frequentemente são dados a recém-casados”, explica Jenny Olson, da Kelley School of Business, da Indiana University, nos EUA, e autora principal do estudo. “Enquanto algumas fontes recomendam a fusão, outras insistem que os parceiros mantenham as suas vidas financeiras separadas. Então, o que um casal deve fazer?”, questiona.

Olson e os seus colegas selecionaram 230 casais noivos ou recém-casados que foram acompanhados durante dois anos e assim que começaram a sua vida de casados. Todos começaram o estudo com as suas contas em separado, mas concordaram em alterar o processo. Os participantes foram divididos em três grupos em função da abordagem ao tema: união das finanças, manter as contas separadas ou nenhuma intervenção (grupo de controlo).

Os casais que mantinham as contas separadas ou que não tiveram intervenção registaram uma diminuição na qualidade do relacionamento ao longo do tempo – o que não se verificou no caso dos casais que juntaram as suas finanças pessoais.

De acordo com os investigadores, isto deve-se principalmente à melhoria da harmonia financeira entre os casais com contas conjuntas, o que resulta em menos conflitos e numa maior satisfação com a gestão do dinheiro dos parceiros. O estudo aponta três razões para que a junção das finanças tenha resultados positivos nas relações.

Uma delas prende-se com o facto de as contas conjuntas poderem fazer com que os parceiros justifiquem as suas compras um ao outro, levando a menos conflitos e a um melhor bem-estar financeiro. Outra das razões está relacionada com a transparência criada ao abrir uma conta conjunta, o que permite que os parceiros entendam melhor as prioridades um do outro e alinhem os seus objetivos financeiros. Por fim, juntar o dinheiro numa conta conjunta pode promover a sensação de união e eliminar a dinâmica de ‘o teu dinheiro’ versus ‘o meu dinheiro’.

No entanto, unir as finanças não está livre de desafios, refere o estudo. “A fusão das finanças pode apresentar desafios, como a perda percebida da autonomia”, esclarece Olson, revelando que “a comunicação aberta é fundamental.”

Por isso, a autora recomenda que os casais tenham conversas abertas para encontrar um equilíbrio entre união e autonomia. Estratégias como manter contas conjuntas com cartões de crédito separados ou estabelecer limites de gastos também são úteis. Aqueles que estão noivos ou são recém-casados provavelmente têm dúvidas sobre se devem ou não unir as suas finanças, por isso, “devem ter conversas frequentes para avaliar os prós e contras de diferentes estruturas de contas bancárias, bem como se adaptar às novas necessidades e desafios que surgem”, frisa.

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