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Há uma nova tendência no mundo do trabalho: estar de férias sem o chefe saber!

Conheça a história de trabalhadores que fazem viagens “silenciosas” e as escondem do chefe. Oficialmente estão em teletrabalho, mas na prática também estão de férias.

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26 jul 2023, 11:23
Trabalhar de férias Foto Andrea Piacquadio, Pexels
Trabalhar de férias Foto Andrea Piacquadio, Pexels

Gostaria de trabalhar a partir de uma praia paradisíaca ou de uma cidade cheia de história e cultura? Então, talvez esteja interessado em conhecer um novo movimento que está a acontecer no mundo empresarial: trabalhadores que fazem viagens silenciosas sem os chefes saberem.

Algumas empresas são demasiado rígidas nas políticas de teletrabalho e no regresso ao escritório, pelo que não é tão fácil "fugir" para uma viagem silenciosa, sem notificar o chefe. Além disso, é difícil imaginar que os trabalhadores sejam tão ou mais produtivos enquanto gozam férias. No entanto, há quem mostre o contrário.

Workcation é uma combinação de trabalho e férias. Trata-se de aproveitar a flexibilidade oferecida pelo trabalho remoto para mudar de ares e desfrutar de um destino diferente, sem deixar de cumprir as suas obrigações profissionais.

No ano passado, quase um em cada 10 trabalhadores aderiu ao conceito e embarcou numa viagem silenciosa, ou seja, sem notificar o chefe, de acordo com uma pesquisa realizada pelo site de aluguer de veículos Price 4 Limo a 1.010 trabalhadores a tempo inteiro. 27% afirmaram que o fizeram para evitar usar dias de férias remuneradas, enquanto estavam fora.

Ainda de acordo com o estudo, mais da metade dos trabalhadores quer fazer uma viagem silenciosa este ano. 45% dos funcionários mencionaram que fizeram um workcation no ano passado e 8% não informaram as suas empresas. Entre os principais motivos apontados, encontram-se visitar familiares e amigos (51%), mudança de rotina (48%) e manter-se produtivo no trabalho (44%).

Muitos dos trabalhadores mantêm silêncio sobre estas viagens para afastar preocupações de produtividade ou as questões de férias fiscais por parte dos empregadores. Alicia (nome fictício), que vive em Singapura, disse à CNBC Travel que fez várias viagens sem avisar o seu empregador. “É fácil para mim, pois não preciso de ir ao escritório e o meu chefe nem está na mesma região que a minha”, disse durante uma viagem de um mês à Tailândia, a viagem secreta mais longa que fez.

Alicia trabalha para uma empresa de tecnologia que estabeleceu uma política de trabalho remoto de 30 dias. Até agora, todas as suas viagens foram à Ásia, para que possa estar em fusos horários semelhantes e participar facilmente nas reuniões. Para ocultar a sua localização, Alicia desfoca os planos de fundo das suas videochamadas ou usa um plano de fundo virtual e mantém o mínimo de conversa possível para evitar perguntas indesejadas, explicou.

A jovem disse ainda que antes de viajar reduziu a frequência com que ia ao escritório e os encontros com os colegas depois do horário do trabalho, o que tornou mais fácil aderir a esta modalidade.

Apesar do seu exemplo, Alicia confessa que conhece casos menos bem sucedidos. “Conheço pessoas que fizeram [viagens silenciosas] e o seu chefe ligou para marcar uma reunião presencial com um cliente no dia seguinte”, explicou Aliciam, referindo que “tiveram de reservar uma viagem de volta o mais rápido possível.”

Outro exemplo é de Ellie (nome fictício), que mora em Maryland. Ellie contou à CNBC Travel que fez duas viagens silenciosas para Shenandoah Valley, na Virgínia, no ano passado. “O meu chefe não se importaria, mas não quero que os meus colegas de escritório tenham inveja ou sintam que não estou a trabalhar com a mesma capacidade”, contou. A norte-americana que exerce funções de marketing digital vai ao escritório dois a três dias por semana. Quando viaja, fá-lo fora do horário de trabalho.

Como Alicia, Ellie recorre aos filtros de fundo para as chamadas de Zoom e recomenda verificar o Wi-Fi e o serviço de rede móvel antes de reservar uma viagem. Até agora, os únicos problemas que enfrentou estão relacionados com o acesso à Internet.

Mas afinal como encaram os empregadores esta prática? Amy Zimmerman, diretora de Recursos Humanos da empresa de pagamentos digitais Relay Payments, refere que, embora as viagens silenciosas estejam a funcionar para alguns trabalhadores, “não é ideal que as empresas não saibam a localização dos seus funcionários”.

“É importante promover um ambiente em que o membro da equipa seja honesto sobre a sua viagem e [isso] não a transforme numa 'viagem silenciosa'”, defende, acrescentando que “os funcionários que têm liberdade para trabalhar devem seguir as diretrizes de bom senso, enquanto estiverem fora.

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