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Vai comprar casa? Saiba até que valor pode ir

Antes de partir para a procura de casa, faça contas e perceba que valores pode considerar.

Doutor Finanças
22 abr, 14:45
Comprar casa Foto: Tierra Mallorca, Unsplash
Comprar casa Foto: Tierra Mallorca, Unsplash

Se está a pensar comprar casa, já se deverá ter questionado sobre qual o valor máximo do imóvel que pode ambicionar. Afinal, é preciso ter em conta vários encargos, além do preço da casa, como impostos, custos notariais e outras despesas.

Ao mesmo tempo, a sua capacidade financeira também é influenciada por uma série de fatores, como o rendimento líquido, o montante que tem disponível para dar de entrada e até se tem ou não outros empréstimos a decorrer.

Neste artigo, explicamos como saber o valor da casa que pode comprar. Para facilitar os seus cálculos, pode sempre usar o Simulador: Que casa consigo comprar. 

Quais os primeiros passos para saber se posso comprar a casa que quero?

Por vezes, ficamos encantados com um imóvel e não queremos perder a oportunidade de fechar negócio o mais rápido possível. Porém, a precipitação pode colocar as finanças em risco.

Para saber quanto dinheiro precisa para a casa que quer comprar, em primeiro lugar vai ter de reunir certas informações, como: o valor do seu rendimento líquido, número de empréstimos a decorrer e os seus valores, e quanto dinheiro pode dar de entrada num imóvel.

Só após reunir estas informações é que deve começar a procurar uma casa. Afinal, a sua capacidade financeira pode não ser suficiente para adquirir o imóvel que deseja.

Os fatores que vão determinar a casa que pode comprar

Há vários fatores que influenciam o imóvel que pode comprar. E dado que este objetivo requer ter capitais próprios, precisa de ter dinheiro guardado para assegurar o pagamento da entrada do imóvel e dos impostos associados.

Como a maioria das pessoas não reúne capitais próprios para pagar uma casa na sua totalidade, precisa de recorrer a um financiamento bancário. Contudo, desde 2018 que os bancos não financiam a aquisição de um imóvel a 100%.

Logo, tem de ter uma poupança que cubra, no mínimo, 10% do valor do imóvel, pois os bancos só podem financiar até 90% do valor do imóvel.

Por exemplo, no caso de um imóvel que vale 100 mil euros, no máximo, a instituição financeira pode emprestar-lhe 90 mil euros. Ou seja, neste caso, precisava de ter em capitais próprios 10 mil euros para dar de entrada. Este valor seria pago na altura da “reserva” do imóvel, como sinal ao proprietário, após a celebração do Contrato Promessa de Compra e Venda (CPCV). O valor do sinal (entrada), deve constar no CPCV.

Já a nível de impostos, tem de ter outro montante adicional em capitais próprios que cubram estes encargos. Afinal, vai ter de pagar o IMT, o Imposto do Selo, despesas bancárias e com crédito e o registo da hipoteca.

Qual o valor que preciso para cobrir os impostos e outros encargos?

Além do valor da entrada, precisa de uma poupança que consiga suportar todos os encargos relativos à aquisição e financiamento do imóvel que pretende.

Por exemplo, na aquisição de um imóvel de 150 mil euros, o valor que precisa de reunir ronda os 20 mil euros. Ou seja, 15 mil euros para a entrada e 5 mil euros para as restantes despesas.

No caso de estarmos a falar de um imóvel para primeira habitação, situado no Continente, com o valor de 150 mil euros, o preço a pagar de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e Imposto do Selo pela aquisição é de 2.479,30 euros. Em caso de dúvida, utilize o Simulador de IMT para apurar o valor que tem de pagar.

A juntar a este valor, se recorrer a um crédito habitação tem de pagar o Imposto do Selo pelo financiamento. Aqui é aplicada uma percentagem (normalmente de 0,6%) sobre o montante financiado, e não sobre o valor do imóvel.

Outro pormenor a ter em conta são os encargos relativos a comissões bancárias, despesas com documentação, etc. Em termos de comissões bancárias, o valor varia de entidade para entidade, mas as despesas costumam rondar os 800 a 1.000 euros.

Para terminar, vai ter a despesa relativa à escritura, que varia consoante a quantidade de atos realizados e onde estes são feitos. Mas para ter uma noção, a escritura pode representar um encargo de cerca de 1.000 euros.

Tenha sempre em conta a sua taxa de esforço

A sua capacidade financeira para comprar uma casa com recurso a um crédito vai ser avaliada numa fase inicial do processo. Como forma de avaliação, as instituições financeiras calculam a sua taxa de esforço. Esta taxa mede, em percentagem, o peso no orçamento familiar de conceder um novo crédito. E nestes cálculos, são tidos em conta os seus rendimentos (e não são as poupanças). Por isso, mesmo que tenha uma poupança elevada, se os rendimentos forem baixos podem condicionar o valor financiado.

Em suma, o processo de compra de uma casa requer bastante preparação financeira. Quanto maior for a sua poupança para dar de entrada, menor será o valor financiado. O que significa que pode conseguir comprar uma casa com um valor mais elevado, garantindo que tem capacidade para cumprir com o pagamento das suas prestações de crédito.

 

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