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Crédito habitação: Quando compensa a taxa fixa?

Antes de contratar um crédito habitação, tem de escolher o regime de juros que se aplicará ao seu contrato

Doutor Finanças
31 mai 2023, 09:49
Habitação Foto: Pexels
Habitação Foto: Pexels

Se vai contratar um crédito habitação pela primeira vez, a escolha do regime de juros que vai vigorar no seu contrato pode estar a causar-lhe algumas dúvidas. Com as atuais condições do mercado, as taxas fixas e variáveis estão cada vez mais próximas no crédito habitação. Algo que seria impensável há um ano e meio, quando as taxas Euribor ainda estavam em valores negativos.

No entanto, se pretende saber se compensa contratar uma taxa fixa, primeiro deve perceber como funcionam todos os regimes de juros e o que pode acontecer durante todo o prazo do seu contrato.

Quais são os regimes de juros do crédito habitação e o que os distingue?

Antes de contratar um crédito habitação, tem de escolher o regime de juros que se aplicará ao seu contrato. Tem três opções disponíveis: taxa variável, taxa fixa ou taxa mista.

Taxa variável: Crédito indexado a uma taxa Euribor (3,6 ou 12 meses), em que a taxa de juro é calculada pela soma do valor do indexante com o valor do spread. As prestações sobem e descem a cada revisão, tendo em conta os valores médios da taxa Euribor na maturidade contratada.

Taxa fixa: A prestação permanece inalterada até ao término do contrato. Neste regime, a TAN (Taxa Anual Nominal) é composta pela taxa swap na maturidade contratada (por exemplo: 10,20 ou 30 anos) mais o spread aplicado ao contrato.

Taxa mista: É um regime em que a taxa de juro muda a determinada altura do contrato. Inicialmente, o contrato tem uma taxa fixa (durante o período acordado). Quando este período chega ao fim, o contrato passa a ter uma taxa variável, ficando a sua prestação sujeita às variações da taxa Euribor escolhida até ao final do prazo.

A taxa fixa é mais cara do que uma taxa variável?

Por norma, dificilmente a taxa fixa é a solução mais barata numa fase inicial de um crédito habitação. No entanto, no decorrer de um contrato, uma taxa fixa, contratada num período estável do mercado, pode igualar ou até ser mais baixa do que uma taxa variável, se as taxas Euribor subirem para valores muito elevados.

De acordo com os dados do Banco de Portugal, no mês de março, os contratos de crédito habitação com uma taxa variável tinham um juro médio de 3,79%. Já nos créditos com uma taxa fixa, a média no mesmo período foi de 4,28%. Ou seja, uma diferença de 0,49 pontos percentuais.

Mas se olharmos para os valores de julho de 2022, os valores eram bem distintos. O juro médio nos contratos com taxa variável encontrava-se em 1,62% e nos de taxa fixa em 3,91%. Ou seja, uma diferença de 2,29 pontos percentuais.

E este é um fator que deve ter sempre em conta. Por mais que a taxa fixa esteja com um valor idêntico ao da taxa variável, a TAN vai permanecer igual ao longo de todo o contrato. Quando tem uma taxa variável ela pode subir para valores muito elevados, mas também descer, sempre que a Euribor diminua.

Quando compensa contratar uma taxa fixa?

A taxa fixa pode compensar tendo em conta os seus objetivos e a sua situação financeira. Se a sua taxa de esforço for inferior a 30% perante uma proposta de crédito habitação com uma taxa fixa, este regime de juros pode trazer-lhe bastante tranquilidade. Afinal, a sua prestação de crédito vai ser sempre a mesma, e os encargos com o empréstimo não são excessivamente elevados em relação aos seus rendimentos.

Contudo, a opção mais vantajosa depende muito das características individuais dos titulares: privilegia a estabilidade, ou o fator preço? Consegue suportar um período de aumentos consecutivos na prestação, ou isso pode desestabilizar a sua situação financeira?

Assim, antes de contratar um crédito habitação, analise as várias possibilidades, faça contas e escolha a opção que melhor se adeque ao seu perfil e à sua situação específica.

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