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A frase tóxica que as pessoas jamais devem dizer aos pais de primeira viagem

Bem sabemos que a intenção não é má, mas os efeitos são negativos sobre quem experiencia a parentalidade pela primeira vez

Andreia Vital
22 mar, 15:16

Uma grávida comenta com amigos que vai a uma aula de ioga ou ao cinema e prontamente surge alguém, que já teve um filho, e que diz: “aproveita agora, porque quando nascer podes esquecer o ioga ou o cinema”. Quantas vezes já ouviu um diálogo deste género? Ou pais que alertam aqueles que vão ter um bebé de que nunca mais terão uma noite de sono…

Além destes alertas altamente tóxicos a quem vai ter bebé, depois de a criança nascer surge ainda a frase que invalida e destrói qualquer emoção que os pais possam sentir. Imagine que alguém que está a viver a parentalidade pela primeira vez comenta ou partilha algum comportamento mais desafiante do filho ou até uma conquista como já dormir toda a noite. E logo alguém salta com o comentário do “espera até ele ter 2 anos…” ou “espera até ele começar a andar…”. Este tipo de frases ‘ameaçadoras’ vindas do círculo próximo podem gerar muita ansiedade nos jovens pais.

"Quando estava grávida, lembro-me que me diziam: 'espera pelas noites em claro…'. Quando o bebé já dormia a noite toda, lembro-me que me disseram: 'espera até ele ser mais pequeno e sair da cama'. Quando tinha uma criança que fazia poucas birras aos dois anos, diziam-me: 'espera até ele fazer três ‘", partilhou ao site HuffPost Mona Amin, pediatra norte-americana.

"Espera até ele ter (inserir a idade)" parece ser uma frase recorrente quando se trata de parentalidade. "É como se as pessoas estivessem a dizer: 'ainda não viste nada!'", explica Destini Davis, orientador parental. O único efeito que um comentário deste tipo tem é invalidar os sentimentos da outra pessoa.

Mona Amin explica que o problema com essas mensagens é que são "baseadas no medo" e só servem para "derrubar as pessoas quando estão numa situação positiva". O que uma nova mãe ou novo pai necessitam não é de conselhos, na maioria das vezes, mas sim que seja ouvido (a) e que receba empatia de quem ouve.

"Se uma mãe estiver nervosa sobre o parto, podemos dizer: 'compreendo perfeitamente porque estás nervosa. De que parte tens mais medo? A um pai que está a lidar com problemas de sono do bebé, podemos antes comentar: 'deve ser difícil. Como posso ajudar-te?'", sugere Destini Davis.

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