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44% das pessoas com menos de 40 anos espera reformar-se aos 60

Um relatório do World Economic Forum revela que 44% das pessoas com menos de 40 anos gostaria de se reformar antes dos 60. Contudo, esta intenção parece não ir ao encontro da realidade.

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28 jun 2023, 10:18
Pessoas a trabalhar Foto Kobu Agency, Unsplash
Pessoas a trabalhar Foto Kobu Agency, Unsplash

Segundo um novo relatório do Fórum Económico Mundial (WEF, na sigla em inglês), a percentagem de pessoas na faixa etária dos 40 anos que gostaria de se reformar antes dos 60 anos ronda os 44%. Todavia, essa intenção pode não ser facilmente concretizável.

Vejamos. O relatório “Living Longer, Better: Understaning Longevity Literacy”, do WEF, em colaboração com a consultora Mercer, explica que, na prática, deixar de trabalhar em idades tão precoces aumentará as disparidades e comprometerá meta dos valores das pensões de reforma. Também pode ser prejudicial ao nível macroeconómico devido à redução das taxas de participação no mercado de trabalho.

São recentes os acontecimentos de contestação em França e no Reino Unido, quando estes países aumentaram a idade de reforma, em parte devido à preocupação com os custos de financiamento das pensões, tendo em conta o aumento da esperança média de vida.

Mas quando analisados os dados completos, com todas as faixas etárias, o relatório do WEF mostra que, no geral, 40% das pessoas questionadas afirmaram que gostariam de continuar a trabalhar mesmo depois de completarem a idade de reforma.

Já quanto se trata de saber se as pessoas estão a preparar financeiramente o seu futuro, ou seja, a fase pós-laboral, 55% dos entrevistados da pesquisa disseram não ter dinheiro suficiente para se reformarem. Por sua vez, 37% das pessoas com menos de 40 anos não pensaram no dinheiro que precisarão quando pararem de trabalhar.

No total de todas as faixas etárias, 38% disseram que idealmente teriam pelo menos dois terços do salário atual disponível, enquanto 30% afirmaram que gostariam que fosse igual ou maior que o rendimento atual.

O documento também destaca que existem algumas preocupações financeiras entre as gerações mais jovens, com 45% dos entrevistados com menos de 40 anos a anteverem que precisarão de ajudar financeiramente as gerações mais velhas.

A forma como homens e mulheres veem a reforma também é diferente, com 55% das mulheres, por exemplo, a dizerem que não sabem que conseguem poupar o suficiente para a reforma.

Outro aspeto que se destaca no relatório é o facto de na América do Norte 38% das pessoas esperarem fornecer apoio financeiro aos idosos, comparativamente aos 28% dos europeus. A percentagem é maior nas mulheres (39%) do que nos homens (35%). “Os entrevistados brancos têm quase metade da probabilidade de precisar de apoiar financeiramente os membros mais velhos da família em comparação com outras raças”, salienta ainda o relatório.

Estes resultados do WEF, refira-se, são parte de uma pesquisa global que explora a forma como o aumento da esperança de vida está a mudar a forma como os indivíduos veem a sua vida profissional e a reforma. No final, o relatório acaba por dar algumas recomendações aos Governos e aos empregadores para que estes garantam o apoio adequado às pessoas, quer nas diferentes fases de trabalho, quer na reforma. Isto é, devem reformular a abordagem tradicionalmente feita do trabalho e ao período de reforma para garantir que as populações mais velhas possam viver uma vida plena e saudável.

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