Os seres humanos praticam hoje uma panóplia de atividades físicas. A corrida é das mais populares, mas um especialista em biologia evolutiva humana vem agora alertar que este não é o exercício mais adequado para manter a forma.
O médico e professor Daniel Lieberman, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, dedica-se a investigar o corpo humano numa abordagem evolutiva da anatomia e fisiologia humanas para compreendermos melhor por que os humanos são como são, mas também chegar a conclusões que ajudem a prevenir muitos tipos de doenças e lesões. E concluiu: as pessoas não foram feitas para correr e a corrida não é o melhor exercício para nos mantermos saudáveis e robustos.
O professor explica que os humanos não foram feitos para fazer exercício como hoje o conhecemos. Os nossos antepassados faziam bastante atividade física, mas por motivos de sobreviência, com exercícios de força e resistência, como arar campos. Ninguém corria ou andava ao longo de quilómetros por razões de saúde.
Em declarações numa entrevista em podcast, citado pela imprensa britânica, o especialista conta que sempre fez caminhadas e corridas para se manter em forma, mas só mais recentemente considerou o treino de força (exercícios de musculação com pesos. Hoje, lamenta não ter começado mais cedo e incentiva todos a focarem-se neste tipo de exercício, especialmente à medida que vão avançando na idade.
“Quanto mais estudei a importância do treino de resistência, mais percebi a importância de fazer pesos, especialmente à medida que envelhecemos”, afirmou o médico. “À medida que envelhecemos, a perda de massa muscular pode ser realmente debilitante" e tornamo-nos “frágeis e perdemos capacidade funcional, o que inicia um círculo vicioso”.
O envelhecimento é apenas um “relógio a avançar” e, como sublinha o professor, nada podemos fazer sobre a idade. Porém, a senescência (envelhecimento dos tecidos do organismo) pode ser abrandada pelo exercício físico. "O mito mais importante a desfazer é que, à medida que envelhecemos, é normal ser menos ativo. Isso não é verdade”, refere o professor.