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Vai comprar casa? Saiba com que custos deve contar

A compra de uma casa implica uma série de custos, além do valor do imóvel. E estes variam consoante a aquisição seja feita com recurso a capitais próprios ou a um crédito habitação. Se vai dar este passo, conheça os principais encargos a ter em conta.

Doutor Finanças
10 jul 2023, 10:38
Crédito habitação Foto Freepik
Crédito habitação Foto Freepik

Valor não financiado pelo banco

Caso a compra da casa seja feita através de um crédito habitação, saiba que, desde 2018, os bancos não emprestam 100% do valor do imóvel que pretende comprar, a não ser que este seja do próprio banco.

Desta forma, o valor do financiamento vai depender do valor da avaliação ou da escritura do imóvel (conta o valor mais baixo), o risco do financiamento e as garantias que concede. De qualquer forma, o valor máximo do financiamento não poderá exceder os 80% para uma habitação secundária e os 90% para uma habitação própria e permanente. Ou seja, vai precisar de ter uma poupança que cubra estes 10% ou 20%.

Num imóvel de 150.000 euros, a instituição financeira pode financiar no máximo 135.000 euros. Assim, tem de ter uma poupança entre 15.000 euros (10%) e 30.000 euros (20%).

Se a compra for feita através de capitais próprios, então não tem de se preocupar com esta questão pois, além da escritura, apenas terá de pagar o registo da compra do imóvel e os impostos relativos à aquisição, como é o caso do IMT e Imposto do Selo.

Comissões associadas a um crédito habitação

Se vai pedir um crédito habitação, outro dos encargos que deve equacionar é o pagamento de comissões associadas ao seu pedido de financiamento. Aqui entram comissões de avaliação, de estudo de processo, formalização, entre outras. Os valores variam de instituição para instituição, sendo que o total pode rondar os 800 a 1.000 euros.

Prestação do crédito habitação

Caso recorra a um crédito habitação, a sua prestação mensal vai representar um encargo com forte impacto no seu orçamento familiar. Para determinar o valor, o banco tem em conta vários fatores como a sua idade, estabilidade financeira e profissional e, claro, a sua taxa de esforço.

Depois desta avaliação, o banco vai definir o spread a aplicar ao seu crédito habitação, que é apenas uma parte do “preço” a pagar todos os meses. O cálculo da TAN (Taxa Anual Nominal) dependerá sempre da modalidade de juros associada ao seu empréstimo: taxa variável, taxa fixa ou taxa mista.

A taxa variável é composta pela taxa Euribor no prazo contrato (sendo os mais comuns a 3,6 e 12 meses) e pelo spread. Como os valores da Euribor variam diariamente, quando o seu crédito é revisto, a sua prestação pode subir ou descer.

Com uma taxa fixa, a sua prestação mantém-se inalterada do primeiro ao último dia do contrato. Já com uma taxa mista terá um período inicial fixo e, quando este terminar, é aplicada uma taxa variável, ficando assim sujeito às oscilações da Euribor.

Por fim, para determinar a sua prestação de crédito, é preciso ter em conta o prazo do contrato. Atualmente, os prazos máximos de um crédito habitação são:

- Idade inferior a 30 anos – 40 anos;

- Idade entre os 30 e os 35 anos - 37 anos;

- Idade superior a 35 anos - 35 anos.

Outros encargos mensais relacionados com o seu crédito habitação

Além da prestação de crédito, é preciso ter em conta que vai ter outros encargos a suportar, como a contratação de um seguro de vida e de um seguro multirriscos. O valor destas duas apólices varia bastante consoante as coberturas e os próprios titulares.

É fundamental não se contentar com a primeira proposta e pedir várias simulações junto de outras seguradoras além da que tem parceria com a instituição financeira onde vai contratar o seu crédito habitação.

Registos e impostos

Por último, precisa de fazer contas ao valor que vai pagar de registo e impostos associados à aquisição do seu imóvel.

No que respeita ao registo, pode recorrer a um Balcão Casa Pronta, em que o custo é de 375 euros (aquisição com capitais próprios) ou 700 euros (compra através de um crédito habitação).

Se optar por um notário ou conservatória do registo predial, tem de estar atento às tabelas de preços de cada um.

Já no que respeita aos impostos, se não estiver isento, tem de pagar o IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis) e o Imposto do Selo da aquisição do imóvel, independentemente de a compra ser feita através de um crédito ou de capitais próprios. Pode recorrer ao simulador de IMT 2023 e saber que custo terá de suportar.

Caso recorra a um crédito habitação, terá ainda de pagar o imposto do selo relativo ao seu crédito. Este imposto corresponde, na maioria das situações, a 0,6% do valor financiado.

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