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Quanto vou ganhar no segundo semestre de 2023?

A fórmula de cálculo da retenção na fonte de IRS vai alterar-se já a partir de julho. Veja o que muda e saiba quanto vai passar a receber ao final do mês.

Doutor Finanças
4 jul 2023, 11:34
Fazer contas Foto: Towfiqu Barbhuiya/Unsplash
Fazer contas Foto: Towfiqu Barbhuiya/Unsplash

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Com a entrada em vigor das novas tabelas de retenção na fonte de IRS, a partir de julho, o salário líquido de muitos trabalhadores dependentes irá sofrer alterações.

Tal como aconteceu na primeira metade do ano, os “descontos” para o IRS dependerão dos rendimentos, situação familiar e número de dependentes. No entanto, a fórmula de cálculo altera-se. Na prática, a maioria dos trabalhadores vai receber mais ao final do mês. O que não significa, porém, que vai pagar menos imposto, apenas vai adiantar um valor mais baixo todos os meses. O acerto de contas será feito, como habitualmente, na altura da liquidação anual do IRS. Aí, o reembolso deverá ser menor, ou, em certos casos, poderá mesmo ter de pagar.

O que muda a partir de julho?

Embora muitos trabalhadores possam não sentir um aumento expressivo na sua carteira, regra geral, o novo modelo de cálculo das tabelas de retenção na fonte para o segundo semestre vai proporcionar um aumento do ordenado líquido.

Afinal, esta fórmula de cálculo tem como objetivo evitar situações de regressividade, em que aumentos da remuneração mensal bruta correspondam a diminuições da remuneração mensal líquida.

Assim, as novas tabelas seguem uma lógica de taxa marginal máxima com uma parcela a abater. Depois de ser apurada a taxa efetiva mensal de retenção no limite do escalão, é definida a percentagem e o valor final a descontar por cada trabalhador, com base na sua situação familiar e nos seus rendimentos.

Caso receba um ordenado até aos 762 euros, os seus rendimentos não vão mudar, uma vez que continua isento de fazer retenção na fonte de IRS.

Para facilitar os cálculos, pode recorrer ao simulador de salário líquido do segundo semestre que, de forma simples e rápida, lhe mostra quanto vai receber ao final do mês, já a partir de julho.

No caso de um trabalhador solteiro sem dependentes, mostramos alguns exemplos do impacto deste novo modelo no seu salário líquido:

- Ordenado bruto de 1.000 euros: No primeiro semestre, a retenção na fonte correspondia a 111 euros. No segundo semestre passa para 95,91 euros, gerando um aumento no salário líquido de cerca de 16 euros.

- Ordenado bruto de 1.800 euros: Retenção na fonte desce de 358 para 334,74 euros, aumentando o salário líquido em cerca de 23 euros.

- Ordenado bruto de 2.500 euros: Salário líquido sobe cerca de 40 euros, com valor da retenção na fonte de IRS a baixar de 620 euros para 580,52 euros.

E se tiver filhos? O que muda no cálculo?

Quanto aos casais com filhos, existe uma parcela adicional a abater por cada dependente, que varia consoante a situação familiar dos trabalhadores. Por exemplo, um casal com dois filhos em que um dos membros ganhe um ordenado bruto de 1.400 euros e o outro de 900 euros, vai ter um aumento nos seus rendimentos mensais de 58,86 euros.

Se tiver três ou mais filhos, vai ter direito a um benefício adicional, uma vez que será aplicada uma redução de um ponto percentual à taxa marginal máxima correspondente ao escalão em que se integra o trabalhador, mantendo-se inalterada a parcela a abater e a parcela adicional a abater por dependente.

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